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Mostrando postagens de junho, 2024

O mundo. Seus novos moinhos. E o parto das subjetividades

Por Gilvaldo Quinzeiro  O maior perigo do mundo agora em gestação ,diga-se de passagem , gestado por mãos duplamente espinhosas, não é o perigo em si de lutar pelo espaço e pelo pão . Este tipo de perigo sempre existiu desde os tempos das cavernas. Nada disso foi significativamente alterado. A questão é:  em que terras se enterra o seu “umbigo”. Ou ainda com  que tecido gelatinoso nos servirá na construção do seu “umbigo”. Ora, é exatamente na construção deste “umbigo” que reside o maior de todos os perigos. Isso aqui é o parto de realidade, o chão nosso de cada dia. As apressadas eleições para o parlamento francês, que ocorrem hoje, domingo, 30 de junho, no primeiro turno, o segundo, em 7 de julho, são unhas encravadas na garganta de uma  França espinhosa  demais para continuar sendo o berço da “liberdade, igualdade e fraternidade”. O resultado dessas eleições apontará também o sexo dos deuses , bem como a natureza do céu e do inferno. É claro que uma dessas po...

MANIFESTO AOS BRUTOS

As eleições deles e as nossas em tempo de escassez de homens  Por Gilvaldo Quinzeiro  Diante dos tempos escorregadios e de “seca” de líderes. Veja os temas do  debate dos dois candidatos à presidência da maior potência do mundo, Biden e Trump !  Enquanto o mundo caminha a passos largos para se aniquilar na terceira guerra mundial. Isso sem esquecer a tentativa de golpe na Bolívia. Diante de tudo isso, entendendo a gravidade do momento pelo qual passamos, segue alguns pontos que, a meu ver, são importantes para as reflexões acerca das nossas eleições, as municipais.  Primeiro. Essa eleição será decisiva para o desenho do quadro político municipal, estadual, nacional, e, numa perspectiva mais ampla, internacional. Segundo. Neste sentido, mais do que votar pensando nas questões locais, precisamos alinhar a nossa decisão ao processo civilizatório. Terceiro. A humanidade está com a sua sobrevivência em risco. As catástrofes climáticas não são mais um cenário distante...

Os “novos dilúvios” e os caracteres conceituais !

  Por Gilvaldo Quinzeiro  Aos que possuem pele, suas linhas, suas digitais e suas zonas de confortos. Aos que possuem só a escrita, o medo de mal  interpretá-la sob ameaça de novos dilúvios! O problema das escritas, em especial, as sagradas, é quando, por forças das águas, que regem o tempo, suas interpretações carecerem se não de novos caracteres, mas de um ajuste de interpretação das suas narrativas – um dilúvio para cada tempo em que durar as suas verdades! Ora, os próprios deuses, fontes das escritas sagradas, mudam de vez em quando de nomes em conformidades aos novos lugares e tempos que os reverenciam! Por exemplo, Zeus, para os gregos, Jupiter para os romanos. Nos tempos mais remotos, “copiar” os deuses alheios poderia até  ter sido uma solução inovadora em tempo de crises. Mas não, certamente, para o império romano quando se converteu ao cristianismo. O cristianismo venceu! Mas o mesmo não se pode afirmar a respeito do império romano. Pois bem, sem entrar no ...

UM PEIXE OU UMA ÁGUA CHAMADA FILOSOFIA? QUEM PESCOU QUEM?

Por Gilvaldo Quinzeiro O hilozoismo ( do grego hyle, “ matéria ” ; e zoe, “ vida ” ) é uma doutrina filosófica , entre seus defensores Tales de Mileto, que postula que toda matéria possui vida, mesmo a inanimada. Tal pensamento é refutado pela ciência moderna. Mas quem segue o caminho das águas, há de se ancorar nesses portos, assim como Mileto e tantos outros tiveram que ir ao Egito beber das águas do misterioso Nilo! Ora, isso nos faz voltar ao espírito que se movia sobre a face das Águas lá no início da Criação, para, depois, seguirmos a nossa linha de raciocino, que é o da primazia das águas! O próprio pensar filosófico como o conhecemos hoje, nasce com Tales de Mileto, quando este buscava o “ arché ” , o princípio primordial de todas as coisas. E o que era este princípio primordial para Tales de Mileto senão a Água! Portanto, Tales de Mileto se não foi ele próprio, um “ peixe ” , isto é, um bicho das Águas, mas sem dúvida fora um pescador – um pescador não de peixe, aqu...

Uma breve introdução aos mistérios das coisas das águas

Por Gilvaldo Quinzeiro   “ No  princípio ,  Deus   criou  os  céus  e a  terra . E a terra era sem  forma  e vazia; e  havia  trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”.   Como assim? Antes só havia duas faces, a do abismo e das águas? E na face das águas era onde o “Espírito de Deus” se movia? O que entender pela “face das águas”? O que entender pelo “Espirito de Deus” se movia? O que vai dar “visibilidade” a face do abismo?   Que banho de reflexão isso nos provoca, não? Que assim seja!   O texto acima é um mergulho nas profundezas das águas; das águas presentes também em nossa criação. Com ele, o texto, pretendemos fazer uma introdução ao que ousamos chamar de os mistérios   das coisas das águas. É claro, entendemos o risco de nos afogar! - Mas o que não consiste em afogamento? Vale apenas correr todos os riscos para, nas águas agitadas nas quai...

As mãos trêmulas de Eros em tempos certos de tragédias . Cadê as utopias?

Muitos não dirão, mas eu digo, não vivemos uma “belle époque” ou “os loucos anos 20”, embora, muitos vivam hoje alucinadamente em bunker, enquanto outros, os também afortunados estão em contagem regressivas para irem a Marte – a feitura e a feiura do nosso tempo anunciam que estamos lascadamente em carne viva! Isso até pode soar como algo sonoramente erótico ou de natureza libidinosa, mas não é. Antes fosse!  A questão, entretanto, é que a “cobra humana” perdeu a pele, e somente um novo “tecido civilizatório " poderá nos salvar. Mas, isso não se resolve sem que a cobra morda o próprio rabo. Sobre Eros, aquele filho de Ares e de Afrodite, hoje flerta com a nossa pele encharcada de feridas, e suas flecham só acertam os nossos alvos já intoxicados. De sorte que os amantes, cada vez mais de calcas curtas, preferem a ostentação dos seus coletes à prova de caricias! Ninguém ama além dos seus próprios músculos.  Ora, o dito acima revela duramente uma coisa: perdemos a utopia. Perdemo...