Este é um espaço humanamente acangalhado para ajumentar os pensamentos que nem sempre se deixam prender ao cabresto, tal como um jumento que corre em disparada ao ver aberta a porteira.
Gilvaldo Quinzeiro No imaginário caboclo, desde a fundação de Canudos no sertão da Bahia (1893-1897), onde a seca e a fome fizeram da “fé” a enxada que escavava a solidariedade de um povo sem chão, o mito “da roda grande passando por dentro da pequena” foi sem dúvida nenhuma uma das mais engenhosas invenções da saga de Canudos. A idéia de que uma “ roda grande passará por dentro de uma pequena,” é simplesmente assustadora e instigadora de uma reflexão. Seria esta passagem correspondente ao fim do mundo? Que roda grande é essa? Quem viverá para presenciar tal profecia? O fato é que ainda hoje este mito sobrevive no imaginário nordestino, sobretudo no meio rural provocando apreensão e “matuteza”. Canudos ainda resistem? Pois bem, às vésperas das eleições, o cenário montado, onde cabos eleitorais empunhando bandeiras e distribuindo “santinhos” dos candidatos, chamando atenção do povo - é de uma natureza tal que inspiraria um cordelista a escrever versos numa visão apocalípti...
Gilvaldo Quinzeiro O caboclo quando risca o chão está pensando. Aliás, no caboclês ou no nheengatu se diz matutar. Riscar, pois, o chão com a ponta dos dedos, significa manipular com as mãos o abstrato, ou seja, pensar usando a “cabeça dos dedos”, termo bem apropriado para a filosofia cabocla. Diga-se de passagem, que a “filosofia cabocla” é única que tem explicação para tudo, do contrário o que seria o viver destes homens? “Quem não pode com a” rudia não pega no bote” - diz assertiva cabocla. Besta é quem pensa que matuto não vive de matutar! Aliás, nas condições enfrentadas pelo caboclo, o pensamento que não corresponde à praticidade, é o mesmo que riscar o chão com o dedo para depois ter o risco apagado pelo vento, o que levou em seguida o caboclo a fazer uso de um graveto para, não obstante as intempéries continuar o seu pensar, isto é, riscando o ch...
Por Gilvaldo Quinzeiro “O sintoma é um sinal e uma satisfação substituta”. Ora, ninguém que não tenha sido “picado” pela simbologia da cobra, ou seja, viajado para os confins da própria alma - jamais da sua boca teria lhe saído tal revelação! Mas isso, é bom que se diga, não se faz sem fazer do seu próprio sofrimento um canto que encanta a sua serpente interior –, Sigmund Freud fez isso e muito mais! Por isso, ele, Freud causa um certo desconforto no “jardim do Éden”. E sempre que a serpente do seu conhecimento “pica” os interesses de uma sociedade decadente como a nossa, ele, Freud, assim como como em outros tempos foram Giordano Bruno, Galileu e outros – é expulso! E por falar em sociedade decadente, nos Estados Unidos, neste início dos vinte primeiros dias da Era Trump, os livros, a ciência, os autores e os cientistas começam a sofrer censura e perseguição! É claro! Este é um sinal que nos adverte para um sintoma. Um sintoma de uma satisfação substituta: uma serpente ali ...
Que lindo!!!! Tudo conspirou a favor: A Lua, a noite, os passos, a cultura, o poeta, a criatividade....Parabéns!
ResponderExcluirProfª Yolauda