Porque é importante ler Freud no caro café da manhã (III)



Por Gilvaldo Quinzeiro


“O sintoma é um sinal e uma satisfação substituta”.  Ora, ninguém que não tenha sido “picado” pela simbologia da cobra, ou seja, viajado para os confins da própria alma - jamais da sua boca teria lhe saído tal revelação! Mas isso, é bom que se diga,  não se faz sem fazer do seu próprio sofrimento um canto que encanta a sua serpente interior –, Sigmund Freud fez isso e muito mais! Por isso, ele, Freud causa um certo desconforto no “jardim do Éden”. E sempre que a serpente do seu conhecimento “pica” os interesses de uma sociedade decadente como a nossa, ele, Freud, assim como como em outros tempos foram Giordano Bruno, Galileu e outros – é expulso!


E por falar em sociedade decadente, nos Estados Unidos, neste início dos vinte primeiros dias da Era Trump, os livros, a ciência, os autores e os cientistas começam a sofrer censura e perseguição! É claro! Este é um sinal que nos adverte para um sintoma. Um sintoma de uma satisfação substituta: uma serpente ali está sendo plantada! Mas sem conhecimento, uma nova e fecunda idade das trevas está por vir?


O sintoma, nos advertiu Freud, é algo relacionado à repressão! E   sobre “as massas”, essas que hoje estão a legitimar o que, aos seus olhos, é o florescer de um novo jardim, Freud também falou sobre elas: é cobra cega!


Não há, pois, antítese mais eficaz para qualquer veneno, o da ignorância, sobretudo -  que o conhecimento! Mas extrair lições das contradições dos tempos atuais, Freud também nos avisou a respeito dos “pares de opostos”, é colocar a mão para ser picada pela serpente que faz de nós sua risonha morada!

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