Depois da tragédia de Santa Maria que “portas” se abrirão?



Por Gilvaldo Quinzeiro

 

Um olhar lateral. Sem querer fechar todas às nuances. Mas depois da “tragédia de Santa Maria”, uma balada merece antes de tudo uma reflexão: uma porta única que se alarga na entrada poderá ser a mesma que nos faltará na saída.

Ora, esta discussão nos remeterá a uma velha discussão levantada por Freud acerca do “Principio do Prazer e o Principio da Realidade” – duas faces de uma mesma moeda que, se não bem medida, pesará demais na conta!

Aludir ao Principio da Realidade é nos reportar também a figura do pai, daquele que frustra, quando nos mostra a lei, a realidade. Aliás, uma figura quase que obsoleta, quando, a primazia é a do prazer. Eis a grande porta?

Dito com outras palavras,  os tempos atuais não nos permitem enxergar todas as portas, senão aquela única que alimenta apenas os interesses. Quem estiver atento às propagandas de cervejas às vésperas do carnaval, não terá dúvida de que a “atitude de beber”, de preferencia sem moderação, é uma porta única  – aquela que quem por ela não passar - estará de fora de todas as outras!

De fato uma bala(da)!

Pois bem, neste contexto, os jovens são tratados  apenas como  bonecos de vitrines, ou seja, quanto menos pensarem, melhor. Afinal,  não é  isso o que significa uma cultura de massa?

Mas voltando a Freud ( mais notadamente ao Principio do Prazer e o Principio da Realidade), ele viu e previu tudo isso como “um mal-estar na civilização”. Esta afirmação, entretanto,  parece nos soar  apenas uma uma escuridão no fim do túnel. Mas, foi exatamente desta escuridão que Freud conseguiu com muito sacrifício, inclusive, pessoal, a nos abrir outras portas – aquelas que, por ser inerente ao nosso interior, quando  destravancadas se abrirão como um clarão para e de dentro de nós!


Claro que esta não é a porta para a nossa sociedade de consumo. Por isso mesmo, a quem interessa manter ao menos aberta esta discussão?

Então, a porta é mesmo mais embaixo?

 

 

 

 

 

 

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