Um diálogo a respeito da vida


Por Gilvaldo Quinzeiro


A ciência logo se dará conta de que para além das nossas estrelas, há vida em abundância. Cada vez mais as dúvidas sobre a existência de vida extraterrestre são dissipadas. A ciência tem nos aproximado cada vez mais das distantes galáxias.  Essa é a boa notícia! A má noticia vem daqui mesmo – das profundezas da nossa alma, qual seja, o que sabemos sobre nós é tão pouco que nos envergonha!  Um quase nada no meio de um ‘oceano de ignorância’!

Tudo que a ciência nos permite saber hoje a nosso respeito, não é suficiente para evitar o quanto somos estranhos inquilinos do nosso mundo interior!

E o pior: somos hoje apossados por um ‘desejo de morte’! Basta ver a quantidade de imagens compartilhadas nas páginas das redes sociais, contendo cenas de violência e horror. Há pessoas se especializando em chegar antes na ‘cena da tragédia’, não para prestar qualquer socorro, mas apenas para fotografar e ‘alimentar’ seu perfil que, por sua vez, será compulsivamente compartilhado por milhões.

Há como negar que por trás de tudo isso não exista um comportamento vampiresco? Há quem não durma antes de se ‘alimentar’ de tais imagens! Enfim, a morte, e não a vida tem nos atraído como numa força de um buraco negro. Poucos escampam!
  
A Universidade de São Paulo-USP, tem registrado um caso assustador de tentativa de suicídio entre os seus alunos do quarto período do curso de Medicina. Só este ano foi registrado seis tentativas. O caso está sendo chamado de “surto de suicídio”.  Em seus relatos, os alunos falam em “angustia, cansaço e depressão”.  Preocupados, professores e estudiosos do assunto vêm se mobilizando para contornar a situação.

Veja bem até aonde chegamos!

Que tempo é este onde a angústia se torna insuportável? O que mudou: a realidade, que se tornou mais dura ou nós, que nos desmanchamos por qualquer coisa?

Vivemos na época dos ‘atalhos’ e da adesão das receitas milagrosas. Todos querem um milagre para as suas vidas já sem sentidos. Todos buscam evitar a dor a qualquer custo. 
Todos querem a felicidade, porém, sem fazer nenhum esforço.

Vivemos na época dos paliativos, dos genéricos e dos substitutos. Da água pelo refrigerante; do abraço pelos caros presentes.

Desse modo, surgem neste contexto, o “falso self”, as armadilhas, as promessas e as receitas mirabolantes! Quem são as vítimas? Os mais incautos, que são exatamente os jovens!

Por fim, neste mundo de crise econômica, política e ética; de família só nas ‘fotos’; de jovens, que não dormem e nem comem direito – mas todos ‘ligados’ – aparece a “baleia azul”. Um jogo virtual (de nome bem sugestivo), com 50 desafios, sendo o último, o suicídio dos participantes. Tudo pensado e calculado!

O que dizer aos pais? Abrace mais seu filho!


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