Olho por olho. Uma releitura da nossa crítica situação.
Por Gilvaldo Quinzeiro
Se de repente o olho direito ‘polarizasse’ com o olho
esquerdo e vice-versa, acerca do que veem, ocorreria então que o espinho, mesmo
furando um dos olhos, seria visto pelo outro, o do olho não furado como o “bem”.
Ora, à luz da sabedora egípcia, o que está acontecendo dentro
e fora das redes sociais; nas ruas; nos bares; enfim, no Brasil como um todo, no que se refere a polarização política entre a chamada
Direita e Esquerda, o que aliás não é de hoje, o que é de hoje é a completa
cegueira de ambos os lados, estamos furando os dois olhos que temos, e, ainda
assim, enaltecendo os espinhos!
Em outras palavras, em se pensando a coisa como um todo, e é assim
que devemos agir (os antigos egípcios pensavam assim), pois, isso nos pouparia de muitos riscos, há se entender que, Direita X Esquerda é parte
do todo, isto é, da realidade brasileira, tanto que, os erros de um estão entranhados no que outro lado percebe como acertos. Isto é, os extremos não passam, dialeticamente,
da constituição da totalidade.
Oxente! Que diabo é isso? Não! É a sabedoria antiga aplicada
aos nossos dias.
Pois bem, a luta
contra as ‘sombras’, se sobre estas nada aprendemos, a sua completa eliminação,
para o ‘bem do nosso sossego’, implicaria na loucura de travamos uma luta
contra o sol.
Ver pessoas que se consideram do lado do “Bem”, acenando com
armas, inclusive posando ao lado de crianças como se o uso destas (armas)
fossem a solução para os nossos males, é no mínimo pensar na inversão desta
dita polarização.
Portanto, pensar que a solução do Brasil passe por uma espécie
de limpeza, isto é, pela exclusão daquilo que ora chamamos de direita ou
esquerda; bem ou mal; isso resultaria na eliminação de outros seres humanos iguais
a nós – este foi o erro de Adolfo Hitler na Alemanha e de Stálin na União
Soviética.
O dito aqui é para chamar atenção no sentido de podemos
estar canalizando as nossas energias para algo que não seja de fato a ‘cabeça
da serpente’ – as nossas condutas!
Como assim as nossas condutas? Ora, a corrupção, o mal dos
nossos males não existiria no grau que chegou, se esta não fosse alimentada
pelas nossas atitudes das filas dos bancos; nos bancos das escolas (na hora da
prova); no passar à mão na cabeça dos
filhos; na marcação de consultas, enfim, no chamado “jeitinho brasileiro” que,
está entranhado em todos nós!
Por fim, destruir uma “Sodoma ou uma Gomorra” é no mínimo se
colocar no lugar de Deus – coisa de que nenhum ser humano conseguirá ser –
mesmo os mais devotos e crente dos homens!
Bem-aventurados aqueles que continuam amando o outro sem precisar
enfrentar a fila dos que vão para o ‘céu’.
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