A realidade, a dor e as nossas reações
Por Gilvaldo Quinzeiro A insuportável dor de não poder suportar dor alguma: será esta uma síndrome que acomete as novas gerações? Caso a resposta seja afirmativa, então o que mudou – a realidade, que supostamente se tornou mais dura ou o sujeito se tornou visivelmente mais quebradiço? As questões acima nos servirão de motivos para escrever este texto. Sabemos o quanto será espinhoso o nosso esforço, contudo, vamos fazer esta tarefa ainda que, como diria um sábio amigo meu, com uma “escrita obtusa e tortuosa” – é este o nosso estilo. Nos últimos tempos, eu tenho feito da minha escuta aos jovens, uma espécie de termômetro ou indicador no que tange à medição da temperatura das condições psicossociais da nossa sociedade. Faço isso da mesma forma que os caboclos observavam os comportamentos dos animais, insetos ou plantas na intenção de detectar, por exemplo, alterações meteorológicas, como ocorrência de chuvas ou estiagem. Eu tenho me utilizado nesta escuta dos rela...