A ‘territoriedade’ do corpo, como reflexo da disputa ideológica no carnaval.



Por Gilvaldo Quinzeiro



Que a insensatez da luta ideológica chega ao ápice,  na sua versão patológica,  aponto de respingar os seus espirros em   velórios,  como no caso  de Arthur,  neto do ex-presidente Lula, onde os seus opositores “festejaram” a morte de um garoto de  7 anos – apenas por ser um parente de Lula – isso é infelizmente um retrato do delicado momento em que vivemos.

Como é tenho dito parafraseando o grande mestre Freud, “perdemos o controle dos esfíncteres. Agora tudo é merda”!

Mas, e quanto ao carnaval é possível encontrar traços deste quadro?

 Bem, com este intuito saímos às ruas ontem, e eis que para nossa surpresa, comprovamos o que  tem sido uma tônica do carnaval em todo o Brasil, a saber, ‘territoriedade’ do corpo.

Pois bem, quem saiu apenas para ver os foliões com suas fantasias; a irreverência típica das festas momescas, nestes primeiros dias de carnaval, em especial, ontem no “Canto Folia”, em Caxias, surpreendeu-se ao ver  também o uso de muitas ‘plaquetas’ pelos brincantes, com inscrições tipo “Não, não”, pelo público feminino, nitidamente temeroso dos assédios, bem como  ocorrência de  abusos -,   um recado curto e direto para os homens mais afoitos  não se aproximarem! Já outras plaquetas, contrastando com a primeira, dizia: “eu não posso me beijar, mas você pode”.

Em outras palavras, o que se ver claramente é que a luta renhida no campo ideológico, ou de gênero, no carnaval deste ano, como não poderia ser diferente, também deixou o corpo literalmente marcado, despedaçado, eu diria.

Por fim, contrariando o Dionísio, o deus do vinho e das festas para os gregos, do qual o nosso carnaval é seu herdeiro, a demarcação territorial do corpo, deixa ao menos um sinal de alerta: ‘c’ de bêbado tem dono sim!

Chega pra lá primo, respeito é bom, e eu gosto!

Bom carnaval a todos!


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