A culpa como ferramenta para uns, e adoecimento para outros




Por Gilvaldo Quinzeiro


A culpa é por si mesma causa de muitos sintomas e adoecimentos. Aliás, o sentimento de culpa é por demais avassalador, e o mais complicado é que sentir-se culpado não significa necessariamente ter praticado o crime ou as reais causas deste sentimento, isto é, trata-se pois, de algo bem mais complexo -  uma espécie de tendência filogenética. Entretanto, encontrar o culpado a qualquer custo, não alivia em nada aquilo que em nós pode já estar apodrecendo, e, como não assumimos que tal condição possa está se passando conosco, então, nos apressamos em apontar o dedo para o outro.

Ora, numa época em que, assim como na Idade Média, a ‘peste negra’, que destruiu milhões na Europa, não pôde ser explicada, senão nos limites epistemológicos daquele tempo, então, apressou-se em culpar os hereges – aquele que sempre será o outro ou o diferente. Assim também são os tempos atuais.

Hoje, assim como no passado, as preces e as pressas se fundem cada vez mais enquanto sintomas no afã de encontrar ‘os culpados’. Tal comportamento cada vez mais recorrente em todas as esferas sociais, infelizmente, não só aceleram as visões acerca do fim do mundo, como também expõem os frágeis pilares que sustentam a nossa fé. E mais do que isso, expõem as nossas reais feridas!

De fato, estamos de certo modo, “em carne viva”. Perdemos, portanto, a proteção da pele. Isso implica entre outras coisas, a estarmos mais expostos as condições cada vez mais espinhosas.

Há sim, um adoecimento que não é de todo silencioso.  Pelo contrário é penoso e ensurdecedor.

Mas a culpa é também uma poderosa ‘ferramenta’, que está sendo bem manipulada pelos inescrupulosos. Claro, este fenômeno também não é de hoje.   Sem esta, ou seja, sem a culpa, muitos reinos, templos e catedrais ruiriam.








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