O Natal, as cavernas dos nossos dias e os novos céus



Por Gilvaldo Quinzeiro


Há por parte de nós, seres humanos, independentemente da época, um apego   as alegorias e as aparências das coisas, das quais nos tornamos facilmente escravos. Mesmo as nossas conclusões acerca do Bem e do Mal, que, diga-se de passagem são sempre apressadas, ainda que nos seja necessário uma cirúrgica descrição a respeito de ambos, não passamos das suas tênues aparências. Ou seja, continuamos a patinar na superficialidade das coisas, julgando-as como se fossem verdadeiras. Há templos e impérios sendo construídos em cima disso.  Há Guerras e outros tipos de extinções em massas sendo planejados em cima daquilo que chamamos de ilusórios.   

Enfim, o dito aqui nos remete logo de cara aos ensinamentos de Platão (427-347 a.C), especialmente ao seu “mito da caverna”. Afinal, como negar que apesar de todo o avanço das ciências e das tecnologias, que nos colocam em solo de outros planetas, não estamos presos ao imagético criado a partir das novas descobertas? Qual a origem dos novos vícios e adoecimentos senão da incorporação do uso das novas ferramentas, denominadas digitais, aos nossos hábitos?

 Que tarefa hoje se tornou a mais complexa de todas, senão aquela que paradoxalmente deveria ser a mais simples, qual seja, a   percepção e a diferenciação entre Realidade e Ficção? Não é exatamente aqui que se encontra o terreno fértil para a proliferação de um dos piores males da atualidade, as fake news?

Bem, hoje é Natal. Ou seja, o nascimento de Jesus Cristo. Um fato anunciado, segundo os estudiosos, por um fenômeno astronômico – a chamada estrela de Belém. Claro, um fenômeno visto por muitos, porém, decifrado por poucos, os três reis magos.  A questão que não quer calar é: quem é capaz nos nevoentos dias de   hoje ouvir, ver e interpretar as aceleradas transformações que estão ocorrendo tanto nos céus, quanto na terra?

Nos últimos anos, a comunidade cientifica, especialmente os astrônomos, em suas publicações, assombraram o mundo com revelações bombásticas que vão desde a possível confirmação de vida alienígenas já nos próximos anos, alguns dizem que tais confirmações foram feitas há anos atrás; a buracos negros expelindo estrelas do seu interior – algo jamais pensado.  E mais, as descobertas contam que fomos visitados por objetos de outras dimensões do universo, a exemplo do Oumuamua em 2017 e agora recentemente, à caminho do sol, o cometa 21/ Borisov.  O que afinal querem nos dizer estes mensageiros interestelares? Estamos nós preparados para, assim como os três reis magos a milhares de anos atrás, interpretar os céus de hoje?

Por fim, em se tratando do contexto da ceia natalina, há entre nós quem ainda seja um de nós? Que as luzes dos atuais acontecimentos nos façam refletir acerca do verdadeiro significado cósmico da data de hoje!

Feliz Natal a todos!

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