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Mostrando postagens de julho, 2024

O real em nossa carne ou o imaginário que nos aprisiona?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Senhores bonecos das vitrines, risos de muita gente que tem a necessidade se achar bonito, o mundo atual nos exige mais do que estarmos em carne viva. É preciso com urgência se reinventar do que são feitos os espinhos, as flores e o tamanho da lança a traspassar o peito de um homem já crucificado! Sim, de um certo modo ainda estamos sentados na polêmica da paródia da “santa ceia” ocorrido na Abertura dos Jogos Olímpicos em Paris!  De lá para cá ninguém foi capaz de pintar outra coisa!  Mas a questão central é outra: a falta de discernimento! Esperar que o mundo de hoje com seus homens apanhando dos seus destinos, uma outra Venezuela ou uma Faixa de Gaza pacificada, isso para não falar da crise de liderança dos Estados Unidos, é não sair da esfera do imaginário; é não conseguir juntar as pontas dos três nós lacaniano, “o real, o simbólico e o imaginário”. Ou seja, é um “escorregar na maionese” sem fim! Pois bem, eu tenho identificado e chamado este momento atual

Abertura dos Jogos Olímpicos em Paris que banho!

Por Gilvaldo Quinzeiro Em que pese tudo o que já foi dito a respeito da Abertura Oficial do Jogos Olímpicos em sua 33ª edição, ocorrido na última sexta-feira, 26, em Paris, uma coisa é indiscutível,  foi um banho! Ora, se houve crítica doentia ao uniforme da delegação brasileira que estampava em fino bordado potiguar, a nossa fauna e flora na jaqueta dos nossos atletas, imagine para a decapitação de Maria Antonieta! Sim, os jogos olímpicos ocorrem no momento em que não só a nossa carne está sendo abocanhada pela crítica fundamentalista, a nossa alma também!  De sorte que “mergulhar” os olhos sujos do mundo nas águas do rio Sena, não deixa de ter sido uma espécie também de lavagem espiritual! Ao menos neste quesito, parabéns aos organizadores daquela abertura!  Mas, não foram só os olhos do mundo e dos atletas que tomaram um “banho” nas águas do rio Sena, as obras de artes também – aquilo ali foi uma espécie de “nascimento de Vênus”. Aliás, o tema amor fez parte da abertura também. O am

A propósito do discurso do Primeiro Ministro de Israel. Atire a primeira pedra quem não se civilizou sugando o sangue dos bárbaros!

Por Gilvaldo Quinzeiro   O diabo sabe por quem é forte! A civilização nunca mataria se todos fossem civilizados? Ora, quando os gregos e os persas travaram guerra há milhares de anos, o que estava em disputa era ou a “civilização” ou a “barbárie”. No final, pilhas de corpos de homens e cavalos de ambos os lados – nunca se matou tanto para que tão poucos desfrutassem os espólios da guerra. Quem venceu?   Mais tarde, os gregos, na chamada guerra do Peloponeso, partiam uns para cima dos outros, o que morreu ali? Nos séculos XV, XVI, XVII, a matança dos povos ameríndios pelos europeus, incluindo os astecas e os incas, foi feito por homens eloquentemente “cristãos” e “civilizados”! Quem salvou quem?   Hoje, o que há de diferente no discurso proferido pelo Primeiro ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, ontem, quarta-feira, 24, no Congresso dos Estados Unidos? Sejam quais forem as respostas a essa e a outras perguntas, se estas não pouparem que nossas carnes sejam devoradas em

As massas, os seus líderes delirantes e os currais virtuais

  Por Gilvaldo Quinzeiro Ao contrário   das tribos, que identificavam cada pegada como se fosse um “código de barra”, as massas, hoje, não deixam pegada alguma, não porque lhes faltam os pés, mas a cabeça! O dito aqui é para chamar atenção para uma sociedade, que se diz imersa, mas o que se constata, entretanto, é mesmo a falta de discernimento – trempe para o fogo totalitário assoprado por seus líderes delirantes! As massas em delírio por força da influência doentia dos seus líderes, em especial, os religiosos, caminham cegamente para um mundo cercado por abismos; abismos delirantemente erguidos.  De modo que, o resultado, não poderia ser outro, isto é, a insegurança e o medo das massas que, para serem poupadas do sacrifício se jogam já em carne viva em mãos duvidosas! Mas, e quanto a Ciência? A Razão? Ora, se no passado, a luta foi travada para se exterminar a vitalidade das tribos, hoje, a batalha não é só para desacreditar a Ciência, mas sobretudo se apoderar das suas ferramentas e

O apagão cibernético: um sinal de que estamos todos navegando para um novo Titanic?

Por Gilvaldo Quinzeiro Coincidência ou não, mas se alguém me perguntasse onde eu estava   ou   no que eu me encontrava imerso no exato momento quando ocorreu o apagão cibernético, de ontem, sexta-feira, 19 de julho, e que levou milhões de pessoas em várias partes do mundo a se sentirem no mato sem cachorro, a minha resposta seria: eu estou exatamente onde não se pode prescindir dos cães, imerso nos primeiros sopros dos “ventos da pororoca”. Aliás, um possível tema do meu primeiro documentário! Ora, como já disse a alguns amigos, a minha atual fonte e interesse de estudo, não se encontra nos acervos das universidades, mas nas quase extintas tradições orais presentes nas memórias e costumes dos “caboclos”, como costumo chamar.  Faço isso não por saudosismo, mas por uma questão mesmo de sobrevivência! Aliás, por que o termo sobrevivência nos soa hoje como algo remoto, quando as condições atuais nos tornam todos náufragos? Saber, por exemplo, como se usa pilão, quando o moderno liquidifica

A violência não só tem orelha. Usa-se também o nome de Deus!

Por Gilvaldo Quinzeiro Usar o nome de Deus como um “tampão” às nossas faltas, é continuar sem sermos nós mesmos. E, como consequência direta disso, como se não bastasse, significa também rebaixar os céus às pantanosas moradias dos sapos! Aliás, nestes tempos de verdade em calças curtas, nunca os sapos foram tão bem recebidos com seus ternos e gravatas nas festas dos céus! Ora, colocar Deus entre “a bala do atirador e a orelha de Trump”, é negar a trajetória sangrenta da história de um país, que já matou 4 presidentes em exercício; 1 candidato a presidente em plena campanha eleitoral e 8 presidentes que sofreram atentados. Isso sem falar numa guerra civil, que matou milhões, porque um dos lados era contra a libertação dos escravos! Os escravos, diga-se de passagem, vitima de toda forma de violência! Pasme, tudo isso e outras coisas mais, feitas por mãos de quem acredita estar segura na de Deus! Isso sim é medir as coisas  e escrever em linhas tortas! Por falar em medida, Protágoras, par

As águas, os espelhos e as identificações. Uma reflexão para além do atentado a Donald Trump

Por Gilvaldo Quinzeiro Em que pese as inúmeras teses   a respeito das causas que levaram   Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, a mirar e atirar contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e candidato às eleições presidenciais, no último sábado, 13, na Pensilvânia, não serão suficientes para identificarmos o espelho de agora. Aliás, as águas nas quais o mundo se afoga, nem Narciso se acharia bonito, isto é, a feiura mesmo entre aqueles que se acham os protagonistas de todas as cenas do mundo – é reinante! Em outras palavras, como já venho falando, os Estados Unidos caminham para uma possível cisão das suas águas; isto sim tem face e nome, uma guerra civil. O dito aqui, entretanto, não se restringe aos Estados Unidos, mas uma parte da Europa, como França. E com o Brasil, também, diga-se de passagem. Sim, o espelho de agora é perturbador! Um jovem rejeitado no clube de tiro, tímido, vítima de bullying na escola, premiado em matemática e filiado ao Partido Republicano, este é u

Por que assim falam os tempos em escassez de profetas e generais?

Por Gilvaldo Quinzeiro Eu fico a imaginar a bravura e a dor do general cartaginês Anibal, quando este perdeu um olho numa das batalhas contra o exército romano! E no mesmo esforço de imaginação, vejo Napoleão Bonaparte a emprenhar de coragem seus soldados em marcha rumo ao solo traiçoeiro da Rússia... Hoje por pouca coisa, os nossos generais perdem os dedos, para preservar os anéis! Pasmem, a guerra ao menos por aqui, com emprego de canhões e misseis, ainda nem começou – estamos sendo estraçalhados apenas por guerras de narrativas! Ora, vivemos os tempos erguidos sobre outras trempes. Aquelas nas quais, mesmo não se “podendo com a rudia”, se quer levantar o pote”. Este é o tempo que se satisfaz apenas   com o cuspe das nossas falas. Isso basta para nos sentirmos grávidos. Parir, que dói, e, dependendo das horas, pode ocorrer no escuro – isso é pouco provável que teremos mãos e corpos hábeis para a execução do parto.  Martin Heidegger (1889-1976), em sua   obra Ser e tempo (1927) ao se

A disputa pela Casa Branca e a passagem do tempo para todos nós: o princípio da realidade!

Por Gilvaldo Quinzeiro Biden tem “razão” quando insiste em manter sua candidatura a presidente dos  Estados Unidos a despeito de uma avalanche de opinião contrária. Ele só erra,  quando desconhece a marca do tempo. O tempo é como um rio, isto é,  banhamos nele apenas uma vez. Nós também somos assim: mesmo quando  insistimos em nos repetir, nos afogamos! Por isso, somos todos ridículos! Sim, os Estados Unidos da América têm dois candidatos a presidentes  ridículos. Isso é o resultado da “safra de homens” que aquela nação pôde  produzir nos últimos tempos! Dito com outras palavras, o rio do tempo não só pega os homens de calça  curta, como despidos de discernimentos! A falta de discernimento consiste,  entre outras coisas, em querer repetir a mesma corrida sem a noção de que lhe  faltam as pernas.  O dito aqui pode até soar como preconceito, mas não. Isso é choque de  realidade! Freud chama de “princípio de realidade”. Já aquele que se opõem a  este, Sigmund Freud também o denominou de “