Por que assim falam os tempos em escassez de profetas e generais?
Por Gilvaldo Quinzeiro
Eu fico a imaginar a bravura e a dor do general cartaginês Anibal, quando este perdeu um olho numa das batalhas contra o exército romano! E no mesmo esforço de imaginação, vejo Napoleão Bonaparte a emprenhar de coragem seus soldados em marcha rumo ao solo traiçoeiro da Rússia... Hoje por pouca coisa, os nossos generais perdem os dedos, para preservar os anéis! Pasmem, a guerra ao menos por aqui, com emprego de canhões e misseis, ainda nem começou – estamos sendo estraçalhados apenas por guerras de narrativas!
Ora, vivemos os tempos erguidos sobre outras trempes. Aquelas nas quais, mesmo não se “podendo com a rudia”, se quer levantar o pote”.
Este é o tempo que se satisfaz apenas com o cuspe das nossas falas. Isso basta para nos sentirmos grávidos. Parir, que dói, e, dependendo das horas, pode ocorrer no escuro – isso é pouco provável que teremos mãos e corpos hábeis para a execução do parto.
Martin Heidegger (1889-1976), em sua obra Ser e tempo (1927) ao se perguntar “qual é o sentido de ser” rasga a placenta do parto filosófico da modernidade, nos mostrando o quão pode ser assombroso o tecido existencial.
Ora, digo, o ser e o tempo são como formigas para o formigueiro. Um sujeito fora do seu tempo é como um inseto sem nenhuma camuflagem na luta contra seu predador.
Mas, voltando aos generais, por que será que nos tempos e templos de hoje são forjados as sangrentas guerras ditas como “sem fim”?
Será que há cada tempo há o apocalipse em apreço as nossas preces?
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