O real em nossa carne ou o imaginário que nos aprisiona?


Por Gilvaldo Quinzeiro


 


Senhores bonecos das vitrines, risos de muita gente que tem a necessidade se achar bonito, o mundo atual nos exige mais do que estarmos em carne viva. É preciso com urgência se reinventar do que são feitos os espinhos, as flores e o tamanho da lança a traspassar o peito de um homem já crucificado!


Sim, de um certo modo ainda estamos sentados na polêmica da paródia da “santa ceia” ocorrido na Abertura dos Jogos Olímpicos em Paris!  De lá para cá ninguém foi capaz de pintar outra coisa!  Mas a questão central é outra: a falta de discernimento!


Esperar que o mundo de hoje com seus homens apanhando dos seus destinos, uma outra Venezuela ou uma Faixa de Gaza pacificada, isso para não falar da crise de liderança dos Estados Unidos, é não sair da esfera do imaginário; é não conseguir juntar as pontas dos três nós lacaniano, “o real, o simbólico e o imaginário”. Ou seja, é um “escorregar na maionese” sem fim!


Pois bem, eu tenho identificado e chamado este momento atual de “a antropocrise”, isto é, a crise do homem. Mas que outro momento o homem não esteve em crise?


Sim, de fato. Em Roma, por exemplo, a “política do pão e circo” fazia, de um certo modo, o público faminto a também provar da “carne “de um gladiador esfaqueado numa arena qualquer!


Hoje, todos nós sentimos a fome do olhar do outro! O impacto disso não poderia ser diferente: nos tornamos escravos daquilo que acreditamos se oferecer a outro como perfeito!


 Entre os gregos, estes “olhares”, por exemplo, ergueram um Platão, um Aristóteles, embora, cada um apontasse o dedo para lados diferentes, o que se não descartarmos um, em detrimento do outro, teremos a completude!


E hoje com a falsa eloquência e aparência dos púlpitos, palanques e academias voltados para olhares vítreos? Sim. Somos todos arrogantemente sabugos!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A roda grande passando pela pequena

Medicina cabocla

A FILOSOFIA CABOCLA, RISCAR O CHÃO.