Sinceramente, as mãos são minhas palavras!


Gilvaldo Quinzeiro



A mão.  Sem esta que testou o fogo, quando para os olhos crus  era só clarão, e sofreu com todos os espinhos encravados, quando tudo era para todos  sem nenhuma passagem  -,  não haveria caminho algum, e muito menos as palavras que hoje a substituem, quando o grito se fez desnecessário a toda a mão que um dia foi sapecada!...

Em outras palavras, a humanidade aprende lentamente e na porrada. Quisera que fosse tão rápido quanto  um “clic” para gravar todas as imagens que,  na memória já não se guardam!...

Digo mais, as palavras podem até substituir as mãos, mas, nunca na dor que foi o parto natural daquelas, e que ainda hoje, as tornam “faca sega”, onde só a mão crava na dor  outros sentidos.

Que sentido têm as palavras, quando as mãos já não sentimos? Quão de fato nos faltam as mãos, quando de palavras já estamos todos  secos?

Pois bem, se vivêssemos atentos às coisas da vida, como se só as mãos tivéssemos, certamente, no ilusório, de cabeça não cairíamos.

As palavras só são eficazes quando no papel de “mão boba”, quando, para não  tropeçarmos em “tudo que balança” fincamos as mãos acima da cabeça.

Ora, alguém aqui tem alguma palavra?




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