O graveto do meu ser
Por Gilvaldo Quinzeiro
...Nestes anos ou dias que ainda me restam, pode ser até
ínfimos segundos, eu quero ser morada
daquilo que velozmente me escapa!
Se tudo for de todo volátil, não há razão para acreditar
que não seja, ainda assim, quero ser o ar que alimenta o instante de uma bolha!
Não importa se pouco, contudo, quero ser o próprio estalo
dentro de mim!
Ver um pássaro construir dia a após dia com apenas o uso do
bico, o seu próprio ninho, me enche de asas no instante em que me sinto atolado
nas minhas mesmices de sempre!
Enfim, se em nada mais conseguir me inspirar, ainda assim,
eu quero ser ao menos o graveto que o
pássaro carrega em seu bico para, não obstante a tempestade, servir de
segurança a todos do ninho, que jamais desconfiam das condições em que o
graveto foi encontrado!
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