Em que ‘parto’, meus semelhantes, desconhecemos as nossas faces?
Por Gilvaldo Quinzeiro
O homem é um ser ‘ferido’ por natureza. A existência, é, em
grande medida, um esforço de reparação, isto é, o ato de
juntar-se ao que se sente como ‘perdido’.
O ato de nascer é também uma ‘ruptura’: o que nos acolhe é ao mesmo tempo o que nos
repele. Então somos esta coisa com ‘nome’ é bem verdade, mas este, não estanca
a nossa dor!
O mundo que nos acolhe é um ‘parto’ permanente: pena de nós
que o parimos?
Depois de tudo isso dito, imagine que agora neste exato
momento estamos girando em torno do Sol, sem nos darmos contas do quão somos apenas
‘grãos’ de toda esta poeira existencial!
Esta é uma existência possível! E quanto as outras também
em seu permanente trabalho de parto? Não se assuste, pois, caso, não lhes
sejamos em nada semelhante!
Pitágoras via apenas ‘número’ no lugar em que hoje lutamos para que seja a nossa face! Enfim, apressem as preces pelo que ainda em nós permanece ou façamos todo o esforço em sermos pacientes para juntarmos o que em nós é escombro?
Ótima sexta-feira!
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