A geologia e geopolítica. Afinal que bandeira nos unirá?
Por Gilvaldo Quinzeiro
Neste tempo de geologia escorregadia, erosões e rachaduras gigantescas;
marchas em massa de imigrantes a se descolocarem por sobre muros que, os que
ainda não foram erguidos paralisam uma nação inteira; tsunamis
de fake news colocando em polvorosa outras massas cujos discursos são tão cortante quanto faca,
enfim, neste contexto de tantas
descosturas que Bandeira nos unirá?
Sejam quais forem as repostas a questão acima, isso não muda
o ‘cimento’ do nosso tempo: o ódio! Esta
é uma das chaves para a compreensão de muitos acontecimentos. O ódio tem
inflado as pessoas, inflamado os discursos, incendiado as ruas e enchido os
templos de flores – que absurdo!
Não há ‘homens’ quando o ódio é a mesa onde todos jantam ou
conversam!
A decisão de Jean Wyllys, de não assumir o seu terceiro
mandado como Deputado Federal por conta das ameaças de morte, em que pese todas
as divergências no campo ideológico, ou no que quer que seja, não pode ser
comemorado, e sim, lamentado! Tal fato expõe a gigantesca cratera no mapa do
Brasil. “O Deus que rege esta Pátria” é o mesmo que nos alimenta de tanto ódio?
Eu tenho reiteradamente falado acerca das mudanças de natureza
global, no sentido de alertar que tais mudanças não estão afetando só o nosso
meio-ambiente, mas sobretudo, a psique humana. Ver como as nossas autoridades estão sendo
afetadas por tais mudanças, aponto de uma hora falarem uma coisa, e em outra
mudarem completamente o teor da fala – isso é sintomático, meus caros!
Há entre nós quem
ainda seja um de nós?
O mundo de fato acabou! Citando um exemplo, o cenário que
antes era próprio da Líbia, Síria, Iraque, onde as guerras mudavam também a
arquitetura política, é agora desenhado bem em nossa vizinhança, na Venezuela,
e diga-se, com o dedo Brasil! A coisa é séria, meus caros! Lembremos
que em dezembro, a Rússia e a Venezuela, não só assinaram acordos milionários,
como participaram de exercício de guerra. Os russos vão assistir de braços
encruzados uma possível invasão e derrubada de Maduro? O
governo brasileiro vai abandonar uma ‘guerra no Ceará’, que pode se espalhar
pelas ruas de todo o Brasil, para acompanhar os Estados Unidos?
Esta escandalosa aproximação
do Brasil aos Estados Unidos me faz lembrar o período da União Ibérica
(1580-1640), quando o reino de Portugal passou para o domínio espanhol, de modo que, uma das consequências
foram: os inimigos da Espanha passaram a ser também os de Portugal, e, o Brasil, o lado mais vulneravel desta ‘união’ foi o alvo das a invasões holandesas e francesas.
A decisão do Brasil em reconhecer Jerusalém como capital de Israel,
seguindo a mesma atitude dos Estados Unidos, já podem estar nos rendendo o
boicote da carne de franco pelos países árabes com a decisão destes de suspenderem
25 frigorifico brasileiros.
Enfim, que a ‘busca pela nova terra prometida” não nos leve à visíveis atoleiros!
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