Brasil: os bêbados tempos de hoje, perde um dos seus mais equilibrados artistas
Por Gilvaldo Quinzeiro
O Brasil na corda bamba dos terraplanistas, negacionistas e fanáticos
que no sábado agridem profissionais da saúde, no domingo batem em jornalistas,
todos em desespero
para tentarem salvar suas pálidas almas alçando voos rasos e sem se darem conta
do abismo, perdeu nesta segunda-feira, 4 de maio, um dos seus mais sensíveis e
inspirados artistas, o compositor e escritor, Aldir Blanc, uma das 7 mil vítimas
do Covid-19.
Artista da rua, inspirava-se na dor ou no riso do povo. O
mesmo Aldir Blanc que em tempos tão cinzentos como os atuais, acalentou e
inspirou uma geração no exilio na esperança de um dia voltar para a casa, em “O
bêbado e o equilibrista”.
Nos bêbados tempos de hoje, a sua morte é um soco profundo
no pulmão da cultura brasileira, hoje, asfixiada por tanto falso moralismo, de
quem tenta se equilibrar da sua embriaguez ideológica e da sua dose cavalar de
idiotices.
Vá com a sua consciência límpida tranquila Aldir Blanc!
O Brasil que venceu 300 anos de escravidão, há vencer também
a sua ‘cachaça’ por falsos messias!
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