Da laranja a uma mulher desnuda

Gilvaldo Quinzeiro




De fato, a “maturidade” é uma arte, tal como a de se descascar uma laranja, isto é, domar a fome que rumina e a lâmina que fere, evitando que esta adentre a pele e que o sumo irrite os olhos, parece algo simples, mas não o é. Aliás, a maturidade e o ato de saber descascar uma laranja é de uma grandeza tal que só pode ser comparado, uma outra arte também restrita a poucos, quase só aos deuses, digo, o de saber desnudar olhando nos olhos, uma mulher!...

Na verdade, por falar em deuses, “as travessias” que a vida nos exigem diariamente é de uma dimensão olímpica, ou seja, na largada, uma multidão, enquanto na chegada, uns poucos!

Em outras palavras, uma laranja quando não bem descascada, comê-la somente pela fome; uma mulher, ainda que nos despertando fomes diversas, ainda assim precisa de perícia e de arte para enfim... desnudá-la!...

Os mais moços tanto num caso, quanto no outro são levados a uma pressa olímpica que os tornam imperfeitos!...

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