República: qual? De quem?

Gilvaldo Quinzeiro


Que coisa: a república brasileira no que tange “a coisa pública” é sempre de véspera, ou seja, nunca foi proclamada!

Aliás, é nisto que reside o paradoxo republicano, a saber, o de que a “a coisa pública” é o que alavanca as coisas, que de fato pertencem a poucos. Dito de outra forma, a “república” literalmente só tem a coisa, quanto à pública, não faz diferença quanto a dos tempos da monarquia. Enganei-me?

Pois bem, é nos municípios (cito Caxias, como exemplo), onde a republica é suplantada pelas práticas monarquistas. Vejamos a sucessão municipal: nunca foram tão evidentes os traços dinásticos, quanto hoje. Ou seja, o poder público é claramente um negócio de famílias, e seus herdeiros... Bem... Os seus herdeiros se acham no direito de tornar a “coisa pública”, um direito de suas famílias!

O povo sabe disso? Ora, se a nossa república não fosse apenas a dos Coutinhos, Marinhos, Martins, Alencar e outras que tais, o povo sim, se daria conta!...

Outro paradoxo deste tipo de “republica” é que são exatamente os calados, que pagam a conta. Então, meu rei, como ser republicano?



Por fim, outra coisa: não é público que toda a cidade de Caxias pertence a um punhado de família? Então, ainda temos uma “monarquia” a derrubar!... O que nos falta, porém, são os ideais republicanos!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A roda grande passando pela pequena

Os xukurú, e a roda grande por dentro da pequena...

Medicina cabocla