A coisa e o seu nó antropomórfico.
Gilvaldo Quinzeiro
Protágoras
de Abdera (480 a.C. - 410 a.C) : "O homem é a medida de todas as coisas,
das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são."
Eis em tão longínqua época, um homem lançar seu
olhar sobre as coisas que, no seu tempo
era “a não coisa”, e que hoje, sem “o nosso nó”, seria a coisa que nos afunda. Isto é, o homem
é “o nó”, não porque possui segura a ponta da corda, aliás, esta é uma
contradição, pois, em corda alguma nos seguramos, contudo, somos a própria
coisa que sem a exatidão do nó, podemos nos espraiar para além da mão que de nós se desprende...
Dito com outras palavras, não se mensura as coisas,
quaisquer que sejam, sem que, ao fazer isso, a nossa face (esculpida nas coisas)
não se encolha.
A questão, contudo, é quando só coisa somos. Ai só
Protágoras poderá pensar por nós? Ou a coisa em si já não é como os homens
pensam que sejam?
Dado o nó, dado o homem, quando não, tudo é o lá
fora como o mundo longínquo das estrelas
para o qual, não passamos de grãos de olhos arregalados!...
Comentários
Postar um comentário