Uma balada por todos os amores perdidos


Gilvaldo Quinzeiro

 

Quem ama, ama-se. Aliás, nunca se deve amar só o outro. Eis, um erro filosoficamente e perigosamente  fatal, pois, outro será sempre o outro, conquanto, o amemos. Este passará como os pássaros. Todavia,  somente o amor próprio,  nos permitirá verdadeiramente suportar, quando, em nós o outro já não cabe.

É assim que um dia, todas as máscaras cairão.  Como caídos já estão os que  não têm amor nenhum por si, só pelo outro... Ora, este é o tipo de amor cuja gênesis não é outra coisa, senão,  o ódio profundo que  temos por nós . Digo mais, enquanto em nós o  ódio há, “o amor” do outro por nós é tão faltoso, quanto o nosso,  por nós mesmos.

Este é o espelho dos diabos - o que há do outro lado é exatamente o que nos abunda por dentro.

Pois bem, o perigo é real. Mas, quem cuidará de nós, quando, as nossas mãos  só pertencerem ao outro?

Ora, tardio será  o tempo de se “ coçar”,  quando as nossas mãos por  nós já  não porão as mãos  em nada,  exceto na cabeça;  então, este será o dia que valerá por todos os de “ontem”?

Ame-se, e pense!

Hoje ainda é tempo.

Amanhã quem saberá?

 

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