As velhas raposas a cuidarem do galinheiro!


Por Gilvaldo Quinzeiro


A violência é o nosso “voo da galinha”, ou seja, ao mesmo que não nos leva a lugar algum, põe em risco os nossos passos no chão, por mais curtos que sejam.
Ir hoje até a uma padaria nas grandes e médias cidades brasileiras, por exemplo, pode ser tão arriscado, quanto atravessar uma rua em pleno bombardeio aéreo de uma cidade síria ou iraquiana, quando em guerra. Aliás, é bom que se diga que a nossa violência mata mais pessoas do que nos países declarados em guerras ou do que em desastres naturais como terremotos. O número da nossa violência ultrapassam os 50 mil por ano.
São vidas perdidas antes mesmo de nascerem. Ver o caso de mulheres gestantes aparecerem entre as vítimas. Isso sem falar nos jovens mortos como a maior estatística da nossa brutal violência.

Afinal que guerra é esta? Por quem matamos ou morremos? Quem está a lucrar com as nossas vidas ceifadas?

Mata-se, pois, por nada! Se formos verificarmos as causas imediatas da violência, vamos constatar, por exemplo, que muitos estão morrendo apenas para sustentar o vício de outros!

Antes a desculpa era: “o cara roubou ou matou por um prato de comida”! Tudo bem?
Hoje, o cara está roupando ou matando para “meter o nariz” num pires com pó ou meter um cachimbo entre os dentes; cachimbo este feito de um pedaço de qualquer coisa, para fumar uma mistura que, às vezes, tem até fezes.

É o diabo!

Como eu tenho dito em sala de aula em tom de brincadeiras (mas é sério mesmo!), “hoje, no Brasil, uma simples festa de aniversário, se o aniversariante não contratar seguranças particulares, corre o risco de não comer o bolo”!

A violência é hoje, junto com a corrupção, duas “raposas” a tomarem conta do galinheiro!

Ora, custa caro dizer a seguinte conclusão: a violência e a corrupção são as nossas mais bem “sucedidas indústrias”. A sociedade toda está sendo desmontada em detrimento da violência e da corrupção. Cada vez mais os jovens estão sendo atraídos para o crime organizado. Isso contrasta com a realidade das nossas escolas, que, cada vez mais vêm perdendo o número de alunos.

Em outras palavras, caso não consigamos dar uma resposta a estes dois grandes males, ou seja, a corrupção e a violência, o Brasil estará condenado a se comportar como mero “pinto pelado” sem alçar voo algum. E o pior: ficará ciscando a própria merda ao longo de toda a sua história!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A roda grande passando pela pequena

Os xukurú, e a roda grande por dentro da pequena...

Medicina cabocla