Uma ranhura nos tempos e nos templos. Meu Deus?!
Por Gilvaldo Quinzeiro
Aonde quer que chegamos, se é que chegamos a algum lugar,
este coincide com o ponto no qual o ‘elástico esticado’ atinge seu limite, ou
seja, o momento brusco de retorno ao seu ponto inicial antes de ser esticado. É
o mesmo movimento feito por um pêndulo, só que agora, em seu sentido contrário.
“Tudo bem! Mas, e aí? Aonde você quer chegar com este
pensamento”? Calma leitor! Eu estou apenas começando. Todavia, não há nada dito
aqui que eu já não tenha rabiscado em outros textos.
“Nem tudo que corre no rio é aquoso”. Esta frase me veio
à cabeça quando vi as grandes manifestações de rua pedindo “o fim da corrupção”.
De fato, depois de baixadas as águas, concluímos que há outras bandeiras e
propósitos distintos daquelas desfraldadas,
e que ameaçam até mesmo a Democracia.
De fato, há lama
vinda do fundo rio, e que agora inunda a superfície!
Pois bem, por um lado, os tempos atuais são muito
parecidos com a Idade Média, especialmente no tocante às ideias de cunho
fundamentalista, mormente, as de cunho religioso; por outro, há uma “Renascença às
avessas”, ou seja, não inspirada nos valores greco-romanos, portanto que em
nada é Moderno. E por isso mesmo o que ora renasce, este é o grande perigo!,
não é tão ‘luminoso’ quanto pregam seus arautos.
Veja que situação: estamos diante de um ‘renascimento’
diferente daquele que se contrapunha a escuridão. Então que ‘diabo’ é isso
mesmo? Mais uma vez, eu lhe peço calma, leitor! Não se esqueça de que o diabo
usa ‘calças curtas’, portanto, logo, logo, exporá sua bunda!
Mas enfim aonde chegamos?
Há uma ‘moral fóbica’ que a todo custo está sendo imposta,
e que, para além das barbas dos seus defensores, algo que nos lembra a dos
judeus ortodoxos ( você já notou como há uma massa de jovens barbados, como nos
velhos tempos?) -, revelam as máscaras ou faces ocultas – todas elas estavam
presentes nas recentes manifestações de rua. Lembra? Eu também escrevi sobre
isso!
Ora, se os tempos de hoje nos lembram dos medievais,
então, é óbvio que ‘Deus é centro’ de tudo? Sim, como falamos da ideia do
movimento do elástico ou do pêndulo, estamos de volta à teocracia! Amém? Calma!
Ouça, interprete, e só depois se curve! “Devagar com o andor que o santo é de
barro”!
Em outras
palavras, as mais fervorosas preces, ainda são feitas por homens de carne e
osso. Porém, com uma diferença: eu tenho minhas sinceras dúvidas se ainda somos
‘homens’! Ora, se eu estiver certo, espero que não!, então, precisamos, e com urgência, repensar o que ainda temos ou não de
semelhança a Deus.
Lembra, caro leitor, daquela multidão com pedras nas mãos para
atirá-las em Madalena? Pois é... Somos tal e qual àquela multidão. Porém, com
uma grande diferença: a ausência do Mestre em nossas vidas que, ao contrário, naquele
momento a sua presença se fez necessária para evitar que os ‘urubus’ saciassem
sua fome!
Nós urubus de nós mesmos. Eis, portanto, aonde chegamos!
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