Minha Mãe!
Por Gilvaldo Quinzeiro
O mundo se tornou muito estranho, em pouco tempo, minha Mãe!
Tudo de repente mudou da porta para porteira, isto é, mas largo em certos aspectos,
e que nos impedem os passos curtos, porém, por outros aspectos, apertado por
muitos “paus metidos”!
Não é cheiro do café, aquele minha Mãe, torrado na panela e
socado no pilão que atrai os vizinhos para uma conversa gostosa, bem ali
encostado no fogão de barro! Aliás, ninguém tem mais vizinho! Ninguém conversa
com ninguém: tudo hoje é “curtida”, uma espécie de obrigação virtual! E ai de você se se mesmo ‘cego’ de afetividade,
não curtir a postagem do outro!!
Nesses tempos alterados, como as meninas, quase todas já
mães antes da sua segunda menstruação, eu relutei muito em não lhe escrever
mensagem alguma, porque as mais bonitas são todas repetidas! Enfim...
Sim, Mãe, a coisa ficou, de repente, muito estranha! As
pessoas hoje se parecem mais, com “porcos em barreiros”: um esfrega danado para
ficar mais limpo e bonito, mas... quem vai lhe dar elogios? Ninguém!
Saudades, eu tenho, e muitas! Mas nada que supere a saudade
de ver a senhora “cangulando” aquele arroz torrado! Oh tempo aquele! Tudo era
feito ao som das algazarras dos pássaros, e de fundo, à rádio Pioneira!...
Saudades! Saudades! Saudades!
Enfim, minha Mãe... Hoje as rádios não tocam mais aquelas
músicas em homenagens aos dias das Mães! Eu mesmo quase ia esquecendo!...
Minha Mãe! Minha Mãe! Minha Mãe!
Feliz dia das Mães, minha Mãe! Parabéns a todas as mães!
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