O grande espelho!
Por Gilvaldo Quinzeiro
O homem desde a sua origem é um animal das ‘cavernas’ –
espelho do nosso medo! Parece ter sido ontem, o escrito de Platão (428
a.C.-347 a.C) acerca da sua famosa alegoria do “Mito da
Caverna”. Mas o que seria a Caverna dos dias atuais? Esta questão, se se
respondida, nos cegaria de imediato pela clareza e pelo desmanche das nossas
sombras. Todavia, falta ao nosso tempo figuras como Platão. Daí a nossa demora
para percebermos o óbvio!
Sim, amigo, ainda estamos presos ao ‘útero da existência’!
Em que pese esta afirmação significar o óbvio, porém, o fato é: nós ainda não
nascemos para nós mesmo, agora imagine, para “o lado de lá fora”! Aliás, como
diz a sabedoria antiga, “o lado de fora é como o lado de dentro e vice-versa”.
Então, em assim sendo, o que é o mundo, se ao nosso, o
interior, ainda não habitamos? Que face
contemplamos? Que face é a nossa? De que se alimenta o nosso medo?
É inegável, contudo, que através das ferramentas, cada vez
mais sofisticadas, colocamos “a mão” para o lado de fora da Caverna, mas isso
não significa dizer, entretanto, que superamos em termos evolutivos, as nossas
sombras. Que pena? Não. Que assombro!
Passaram-se os anos, os séculos e as eras, mas os homens
ainda engolem e vomitam os mesmos assuntos. As armas mudaram, e muito, mas os
motivos das guerras são os mesmos. Todavia, se olharmos bem, o motivo pelo qual
hoje se mata não são as guerras, e sim as coisas triviais, a exemplo de uma “buzina”
do motorista, que está atrás do outro veículo; uma discussão sobre futebol ou
sobre política, e, até mesmo por um cigarro! Isto é, mata-se e morre-se pela
abundância da nossa burrice!
O corpo é a nossa
Caverna primordial. Entretanto, neste tempo cercado e demarcado pelo Virtual,
como e em que fincar o corpo? O que é “o comigo mesmo”?
Por fim, não passamos hoje de nada mais e nada menos do que
“pinturas rupestres”, as que tatuamos, não nas pedras, mas em nosso Corpo!
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