Talvez devêssemos aprender com os insetos!
Por Gilvaldo Quinzeiro
A despeito dos que se acotovelam na ‘fila dos que vão para
o céu’, talvez devêssemos aprender mais com os insetos. Sabe por que? Porque,
eles, os insetos, ainda que com um curto ciclo de vida, amadurecem, mas, quanto
a nós com a nossa pressa? Ou com a nossa prece?
Neste texto, ainda que curto como um ferrão de uma vespa,
eu quero picar lá onde não passamos de meras pretensões...E chamar atenção para
“mosca do sono” – aquela para a qual perdemos a lucidez.
Há coisas que não passam do seu estado larvário. Uma delas
é a nossa incipiente noção e relação a respeito do tempo. Como assim? Ora, se
olharmos bem, não passamos de seres depositantes de ‘ovos’, tal é a nossa
pressa, e o nosso não amadurecimento: tudo é verde.
Nada amadurece!
O dito aqui parece sugerir que vivemos apenas no ‘presente’
-, quisera que fosse, mas, é o contrário – vivemos mergulhados no futuro, ‘precocemente’.
O menino, já ‘homem’, não consegue ser mais menino. O jovem antecipa-se à velhice
enlutando-se pela vida por não querer enfrentar os percalços da juventude. Será
por isso a tatuagem, invés de pele?
Pele? O que isso mesmo?
Faça uma visita a um lixão, desses que se acumulam,
infelizmente, por qualquer lugar da cidade, e constatará que aquilo que
descartamos, ainda está impregnado de nós, isto é, possui ou o cheiro ou a
nossa pele, ainda!
Sabia que os bebês, talvez, em virtude das suas mães, quase
todas meninas, e que não tiveram tempo de brincar de bonecas – são descartados
por aí, e pasme, sem fraldas?
Que coisa? Não. Que gente se comportando como se fora
coisa!
Pois bem, pelo dito aqui, conclui-se que uma vida vale pelo
tempo em que lhe incide o status de ‘novo’ ou de coisas utilitárias. Isto é,
que atendam os interesses mais imediatos, e as vezes fúteis. Pena dos bebês!
Nestas condições, o
presente nos arrasta precocemente para o futuro.
Que futuro?
Veja, por exemplo, os nossos alimentos ou os nossos hábitos
alimentares. Tudo enlatado, e ‘frito’ pela nossa pressa de não podermos mais mastiga-lo
ou degusta-lo.
Pergunte aos jovens por que estes não dormem?
Por falar em hábito, você ainda bebe água, amigo?
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