As bolhas, as sombras e as colisões. Um furo na realidade?
Por Gilvaldo
Quinzeiro
Nestes tempos
de apego as’ sombras e as bolhas’, os homens, não poderiam ser outra coisa,
senão seus espantalhos. Isso não significa dizer, entretanto, que os tempos sejam
de risos, ao contrário, os tempos atuais são de muito choro – de muito choro
por nada!
As sombras e
as bolhas substituem o que antes tínhamos como fatos; como o real. É como se estivéssemos recuados à alegoria da
caverna de Platão, se é que dela saímos algum dia. Continuamos presos sim, a
esta caverna, aliás, temos hoje os olhos cegos e secos por ela...
Se é verdade
que aquilo que percebemos como realidade, não passa de reflexo das nossas
projeções, então, a figura que vemos como real é de fato espalhafatosa, e mais
do que isso: devoradora!
Em outras
palavras, o bicho que corre atrás de nós somos nós mesmos – ainda bem?
Concomitante
a tudo o que foi exposto acima, os novos e potentes telescópios registram as
mais avassaladoras colisões entre galáxias.
E mais: buracos negros, planetas ‘aparecendo’ em lugares do espaço
improvável, pelo menos do ponto de vista da nossa ciência – talvez já um tanto
velha pela força do impacto das novas descobertas!
Tudo, enfim, nos parece diferente e
monstruoso! Um novo céu parece desabar sobre nossas cabeças – mas quem ainda
tem ‘cabeça’?
Pelo andar da
carruagem, penso eu, primo, esta bolha em que vivemos não resistirá mais a um leve
sopro do porvir – momento em que vamos nos dar conta de que passamos um tempo
todo olhando para as nossas sombras. Tudo nos parecerá ser bem diferente, igual
ao que nunca antes imaginamos! Mas, não se anime, primo, pois, sejam quais
forem as mudanças, não passaremos de meros pintos pelados.
Enfim, é
possível que no final das contas, as nossas
preces tenham sido tão vãs quanto as nossas pressas? Eis a
questão!
♥♡☆★ sábias palavras
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