Lições de um diário. Caras e bocas de uma senhora solidão!



Por Gilvaldo Quinzeiro


Solidão: extraído de um diário de uma adolescente



Ao folhear o diário de uma garota de 15 anos, sim,  algumas garotas ainda escrevem seus diários, depois de percorrer algumas páginas em puro sangue e pedaços de vidros; outras em que enaltecia a escuridão e até o mesmo o registro  da  presença de ‘algo’, como autora se referia em algumas passagens – deparei-me com esta figura abaixo, uma espécie de autorretrato – alguém que está simplesmente se despedaçando, orelhas e dentes caindo; já sem pernas e braços ,  o tronco amarrado como  último esforço de não perder as partes do corpo restantes,  e com uma espécie de legenda escrita à mão descrevendo o status da tal figura.

O tal diário referido acima era uma espécie de “manual de suicídio”.  Porém, mais do que isso, trata-se de uma fiel   descrição dos labirintos infernais em que muitos adolescentes se sentem jogados! Culpa dos pais? Culpa da sociedade? Culpa deles mesmos? Eis a questão!

Ao ler o diário, parei diversas vezes para em seguida retorná-la, depois de uma pausa dedicada a reflexão. O que é isso? O que a pessoa quis dizer? Como pode isso ou aquilo?

Curioso, perguntei a autora do diário e do autorretrato, qual o nome dado aquela figura? No que esta prontamente me respondeu: “solidão”!

Eis uma solidão que arranca os pedaços, uma espécie de germes a devorar aos poucos cada tecido da pessoa! Numa passagem do diário, a autora fala “dos ventos que lhe sopram e racham o coração”!

 Não se trata, pois, de frescura! Trata-se de um sintoma grave e recorrente que os nossos jovens vêm sofrendo.  O caso preciso ser estudado! Parece ser uma ‘nova epidemia’ – um caso de saúde pública, diga-se.

Podemos está diante de uma situação que, caso seja subestimada, o preço a ser pago por toda a sociedade será muito alto.

Portanto, nós pais e educadores, e todo o conjunto da sociedade, precisamos olhar com mais atenção aos nossos filhos e alunos.  Vê-los presos a um quarto ou uma tela de um celular, pode até nos parecer confortável, pois, os mesmos estão bem aqui – mas afinal hoje o que significa “o bem aqui? – Pode ser o longe demais - o umbral do inferno!

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