As descobertas em Marte. A quarta ferida narcísica. E se? ...
Por Gilvaldo Quinzeiro
E se o umbigo do umbigo do nosso antropomorfismo estiver
enterrado em Marte? E se? ...
Bem, desde que o Diretor da Divisão de Ciência Planetária da
NASA, Jim Green, falou numa entrevista concedida ao The Telegraph, dando conta
de que dentro de 2 anos a humanidade poderá ter a confirmação da existência de
vida em Marte, mas que nós não estamos preparados para receber tal revelação
que as redes sociais se transformaram num burburinho só. Por que não estamos
preparados? O que há de tão chocante em tal descoberta? No que isso poderá nos
afetar.
Green comparou o anúncio da confirmação de vida em Marte, a
mudança de paradigma que ocorreu na Idade Moderna com a passagem do geocentrismo
para o heliocentrismo efetuado pela revolução copernicana.
Antes se acreditava que Terra fosse o centro, e que tudo
girava em torno do nosso planeta – Ai veio Nicolau Copérnico (1473 -1543) afirmando
que o centro era o sol – o que é considerada a primeira ferida narcísica, isto é,
no orgulho ou na vaidade humana. A segunda
ferida narcísica veio com Charles Darwin (1800-1882) com a sua teoria da
evolução. A terceira ferida narcísica veio com Sigmund Freud (1856 -1939) com a
descoberta do o Inconsciente.
E a quarta?
Em 2020, Marte e a Terra estarão mais próximo um do outro, o
que facilitará o envio de artefatos espaciais para aquele planeta. Diversas agências
espaciais, incluindo da China, enviarão à Marte sondas no esforço de encontrar
vida no planeta vermelho.
Na última semana, a NASA publicou pela primeira vez sons
provocados por abalos sísmicos em Marte.
Mas voltando a fala de Jim Green, considerando que a NASA
não se costuma pronunciar sobre temas desta natureza, a não ser de forma
escorregadia, a declaração de um dos seus principais pesquisadores, então, é
porque há algo muito bombástico vindo por aí.
Qual seria este novo paradigma? Enfim, saberemos que não
passamos de meros ‘sabugos’?
E se tudo for igual a que nunca imaginamos, e o homem como
pensa ser, uma grande ilusão?
Resta-nos, portanto, aguardar para daqui a 2 anos. Até lá
nos agarremos e nos seguremos as nossas velhas muletas conceituais. Pasmem!
Podemos estar por um fio dependurado em nossas obsoletas crenças?
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