O barro do qual somos o seu silêncio
Por Gilvaldo Quinzeiro
Somos feitos de palavras... Não daquelas ditas, mas
das que nos entalam. As palavras ditas
são como espelhos, isto é, o que nele se ver é quase sempre a maquiagem que,
quando retocada nos soa como eloquência , porém, naquelas em que estamos entalados,
estas sim, são substanciais – material este que nos faz “quebradiço”, assim como o do próprio espelho.
Em outras palavras, já disse aqui e agora vou
repetir, não passamos de meros espantalhos. Uma pena sermos grudados aos olhos
do Outro. Logo o Outro que também dos nossos olhos se alimenta.
Ora, esta é equação do sofrimento: o que vemos no
espelho não é outra coisa, senão os próprios olhos do Outro!...
Psiu!
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