Os massacres, e o que neles se repetem: as mortes ou as explicações?



Por Gilvaldo Quinzeiro

 

Os atiradores e seus massacres: quem é  na pele de quem, quando na arma  que aponta é “o falo” que lhes falta,  e,  na cabeça do outro só são  olhos arregalados? Eis uma cena recorrente  através da   qual se acrescenta ao sujeito o  que  lhe falta?

Ora, esta discussão nos levaria a falar do simbólico, e, por conseguinte do cultural. Lembram-se de como foi feita “a conquista do Velho  Oeste”? Quem era quem sem ter armas na cintura?

Pois bem, por um lado a sociedade contemporânea, sobretudo na sua versão “globalizante”, valoriza o homem como algo abstrato -  uma mistura ambivalente de um cavalheiro medieval com a ostentação de um Napoleão Bonaparte; mas, por outro, no seu sentido real, o homem  não passa de  um  mendigo vivendo cercado por uma infinidade de coisas, todas longe do alcance das suas mãos!

Neste último massacre, o da  escola Sandy Hook, em Newtown, Connecticut, nesta sexta-feira (14),  o atirador queria colocar as mãos em quem? Na sua própria mãe que era professora na mesma escola, e que também foi morta?

E quanto aos nossos atiradores, estes que todo o final de semana estão ceifando a vida de pessoas,  apontam o quê quando nos veem  com nossas mãos atadas ? Os nossos casos merecem menos repercussão como  este que nos soa distante?

Parece estranho, mas, a civilização se forjou “empurrando a sua sujeira para debaixo do tapete”. Porém, é lá do fundo,  que surgirão para o nosso espanto(?), “o ninguém” nos cuspindo  na cara as suas verdades!

 

 

 

 

 

 

 

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