A curvatura do amor, e nós suas varas: quando amar implica correr riscos?
Por Gilvaldo Quinzeiro
O amor pede carona, mas o caminho a percorrer há
raposas e arapucas. Nestas condições, porém, já não é “o amor” que importa, mas
“o jeito com que se ama”. Ora, não será esta a situação dada pela qual se ama tanto com a faca entre os dentes?
Este texto pretende suscitar uma reflexão (sem adentrar ao mérito da questão) acerca de como amar,
sobretudo levando em conta alguns fatos, tal como o do atleta sul-africano,
Oscar Pistorius, que é acusado de matar a sua namorada Reeva Steenkamp, citando
um exemplo que ganhou destaque na imprensa do mundo todo – pode ser perigoso!
Mas, de onde vem este perigo? Estes casos infelizmente cada vez mais frequentes , me
fizeram pensar no seguinte: custamos demais “crescer” neste tempo em que tudo
já nos vem “pronto” para o bem-estar e o prolongamento da nossa condição de “senhor
bebê”. E assim sendo, o outro ( coitado! ) é apenas o depósito do nosso vômito!
Digo mais ainda, investimos muito na beleza estética, e, “ nada” com o que nos
levaria ao “amadurecimento emocional”. Em outras palavras, nos transformamos
numa espécie de “bomba relógio a
explodir” a qualquer momento, quando o outro já se cansou de ser “o nosso brinquedo preferido”. Sim,
brinquedo!
Pois bem, isso reforça a nossa tese de que não é o
amor em si que se tornou perigoso, e sim, o nosso jeito de amar. Isto é, amamos
não o outro, mas apenas e tão somente “a nossa forma de amar esta pessoa”. Em resumo,
nós Narciso somos cegos ao esforço do outro em nos suportar!
O amor, enfim, pode ter se tornado em meras
desculpas! A questão, porém, é que estas podem ser tardias, ainda com flores!
“Tá ligado”?
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