Caxias: os engenhos da violência, e uma dura reflexão sobre esta pintura!



Por Gilvaldo Quinzeiro

 

 Ou Caxias já se transformou numa  “Guernica” ou as autoridades locais  não se deram conta que a violência que aqui pinta,  se deve  exatamente a  falta de um Picasso! Que pintura, esta, não? Uma pena não se investir em Arte! Na arte que também cura!...

Pois bem, Caxias assume o sangrento posto da 2ª cidade mais violenta do Maranhão e a 37ª do Brasil, conforme dados da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). Surpresa? Não, assustador! Que outra coisa cresce por aqui, senão a arte que se faz  com e da violência?

Se espremermos bem os pensamentos (se estes já não foram  transformados em  garapa) vamos nos deparar com o seguinte: coincidência ou não, a escalada de  violência acontece no mesmo contexto em que muitas  escolas vêm perigosamente perdendo o número de alunos. Algumas como o Cônego Aderson,  Duque de Caxias, Gonçalves Dias (todas da rede estadual), fecharam o turno noturno. No total, fala-se numa perda de cerca de 600 alunos. E aqui cabe uma pergunta que necessariamente não precisa ser cubista para fazê-la: pra onde foram estes alunos? Para outras escolas? Para algum garimpo? Para as cracolândias?

Eis o quadro que precisa ser pintado. Do contrário, toda pintura será de sangue, e de cabeças, todas as  esculturas!

Outro quadro revelador é:  o  crack, este dispensa qualquer pintura, pois, por si mesmo fala-nos da arte das ausências. Seja do estado, da sociedade e da família. È aqui onde  falar de Picasso é duro. Porém,  moleza seria falar da nossa falta de ação!

Outra droga pela qual se morre e se mata tanto, quanto,  pela obra do crack: o celular! O quê? Celular, uma droga? Ora, quem por este não está mais do que “viciado”? Outra coisa importante: o celular também tem funcionado como uma  espécie de moeda na compra do crack. Isso sem falarmos que este  nas mãos dos bandidos é uma “arma” das mais perigosas! Não quero, pois,  afirmar com isso que esta é a face pintada da nossa violência. Aliás, diga-se de passagem, que a violência não tem uma única face, e qualquer que seja este quadro, uma das faces pintadas, certamente é a nossa.

Afinal, ficamos  loucos? Ai só Freud explicaria esta pintura! Eu quis aqui apenas  pintar com outra cor estes dados que nem sempre vem à tona. Mas, ridículo mesmo seria não falar deste quadro assustador de Caxias sem arte alguma!...

Picado? Sim, como Picasso! Esta é a nossa “Guernica”!

 

 

 

 

 

 

 

 


 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A roda grande passando pela pequena

Os xukurú, e a roda grande por dentro da pequena...

Medicina cabocla