É assim que se pensa! Uma pena, porém, não se valorizar a filosofia cabocla.



Por Gilvaldo Quinzeiro

 

“Deus criou todas as coisas? Sim. Tudo, exceto uma coisa,  a boca da cabaça”. Eis o que nos diz a velha e sábia filosofia cabocla. Mas, o que afinal isso quer dizer? Duas coisas importantes: primeiro, “a sede” do homem em conhecer a origem das coisas, não importando, se este homem é da civilização grega; de uma tribo africana ou do sertão nordestino. Segundo, a ideia de que o homem, em relação a Deus, seu criador, acrescenta às coisas, a face que lhe é semelhante. Do contrário, o que seriam as coisas sem a face que de si contempla?

Grande coisa esta! Não necessariamente!... No fundo,  no fundo, o  homem não passa de um péssimo nadador no mar que é todo humano. Mas, seu maior problema não se resume a isso. A questão é como evitar que a sua condição humana, não extrapole as dos peixes!

Mas, voltando à outra lição cabocla: “quem não pode com a rudia, não deve se arriscar em erguer o pote”. Que lição esta? Ora, no linguajar de hoje, não seria isso  o que mais nos falta, a saber, o respeito aos limites?

Pois bem, o caboclo por ele mesmo diz: “Ah menino, quando tu eras o grão, eu já era  o sabuco”!

E assim, quantas mãos estão desaprendendo a erguer o próprio copo, não obstante, a sede de beber? Imagine em relação  aquela em que o caboclo é mestre!...

Um bom dia para se refletir em rodas, sentado no chão!

Viva a filosofia cabocla!

 

 

 

 

 

 

 

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