Para além das dores do Papa, o “parto” do mundo?



Por Gilvaldo Quinzeiro

 

A justificativa da “idade avançada e das suas limitações físicas” apresentadas pelo Papa Bento XVI para sua renúncia é humanamente aceitável, contudo, tal justificativa vinda de um dos maiores intelectuais da igreja católica  dos últimos tempos, soa meio que desafinado. Em outras palavras, tal fato, não só antecipa a quarta-feira de cinzas, como nos exigirá profundas reflexões para além de toda a quaresma!

Pois bem, se Bento XVI estava diante de tamanhas forças antagônicas no seio da própria igreja, o futuro Papa representará que corrente teológica dentro do catolicismo?  Na sua carta ao Consistório, Bento XVI fala entre outras coisas, “ no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado”, tais mudanças, assim percebidas pelo Papa, ergue uma “face” de um novo  mundo que contemplá-la lhe tiraria  o fôlego? Estamos nós diante de “um túnel sem luz no seu fim”?  Que “desenho de mundo”   viu Bento XVI nas coisas que ora acontecem?

Sem dúvida nenhuma, tais questionamentos  são  de nos tirar o fôlego. Ainda mais se ousarmos fazer comparações entre a renúncia do primeiro papa, São Celestino V ocorrida na idade média e a do atual (atual?).

Ora, veja só, na Idade Média as dores do corpo eram sinais para com os quais, se exaltar o espírito, em casos extremos, o próprio corpo era lançado a fogueira. Hoje, como perceber o corpo, se perdemos a  cabeça? Isso sem falarmos no sofrimento físico e mental “das massas” que, diante de tantos eloquentes oportunistas perdem a própria alma!...

 Logo agora que estamos tão carentes  da figura paterna, neste tempo de muitíssimas mães, mas de raríssimo instinto materno!...

Que sejam santos os homens, nestes dias em que muitos “bichos” estão por vir!

 

 

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