O afeto das borboletas
Por Gilvaldo Quinzeiro
Estranhamente algumas pessoas não conseguem se
desvencilhar do “casulo”, temendo
(suponho) que a sua condição de borboleta possa não durar a beleza de um
segundo voo... E assim, preferem se contentar com o espanto que seu status de largada
provoca!...
Estas, lamentavelmente, quando “amando” preferem
devorar todas as chances do dia seguinte, e assim, se sentirem sempre “obesas”...
Ah! o quanto é caro chegar ao estágio de, na própria
pele contemplar a febre que só passa na condição de também se sentir na pele do
outro!
Isso é humanamente possível, assim como se apaixonar
pelo próprio espelho. Alguns preferem a segunda condição apenas para economizar
a pele; outros, as flores.
Mas, enfim, no tempo em que se escrevia carta de
amor, encharcar as mãos de perfume, isso tinha um propósito: alçar voo na outra
pele.
Lindo, não?
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