O homem e a coisa, um diálogo mudo sobre nossas incertezas e a nossa aprendizagem
Por Gilvaldo Quinzeiro
Nesta semana, que se finda, eu tive a oportunidade de travar
um importante diálogo filosófico com os meus alunos. O assunto era a “incerteza”
como objeto de reflexão da Filosofia do século XX e por consequência o
Existencialismo. Falamos das contribuições
de Jean-Paul Sartre (1905-1980), dentre outros, e da Psicanálise. Um diálogo, portanto,
nutrido de muita sinceridade e espanto! Um dos temas abordado, como não poderia
deixar de ser, foi a depressão e o suicídio.
“Se a existência precede a essência, como afirmara Sartre,
então como explicar, por exemplo, que jovens que deixaram de ‘encantinhar’ a
pouco tempo, e, ao tropeçar com os seus primeiros passos, optam pela morte”?
Esta foi uma das questões por mim formulado neste diálogo.
Partindo e inspirado nesta conversa, escrevo à punho a minha
fragmentada e singela contribuição abaixo. Falo da relação do “homem e a coisa”,
e suas possíveis engenharia no tocante a nossa subjetividade. Ei-la.
Que o homem e a coisa possuem um ‘leriado’ juntos, como se
diria em um português acanhado, isso ninguém tem dúvida, e remonta aos
primórdios do engatinhar da humanidade. O homem e a coisa, não é que ambos andem
sempre de mãos dadas, mas, em alguma situação o único ‘bastão’ do homem é a
ilusão de dar nomes e faces ao seu entorno.
E disso resulta algo inevitável, qual seja, somente o homem pode se
transforma na coisa, pois, nesta acrescenta a sua própria face, porém, jamais a
coisa poderá se transformar no homem, logo, esta não contempla face alguma!
Por isso, só o homem se apaixona e padece pelas coisas cujas
faltas não devem ser procuradas no lado de fora, e sim dentro de si mesmo!
Nesta solidão existencial, portanto, cabe ao homem apenas aprender,
o que já o colocaria acima do comportamento meramente instintivo qual o dos nos
parentes, os animais.
É impossível, conquanto ao uso de tantas máscaras, evitar se
quebrar a cara, porém, desenvolver estruturas, como nosso amadurecimento
emocional, é uma tarefa básica para, enfim, se seguir em frente!
Por fim, as marcas da existência são indeléveis. Se chegamos
ao fundo do poço, respirar pela sua escalada até o topo – é a nossa
universidade!
Bom final de semana a todos!
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