Entre Dionísio e Apollo, meu peixe!



Por Gilvaldo Quinzeiro



A água e o vinho. O amor e o ódio. O bem e o mal. A civilização e a barbárie. Afinal, o que nos complexos engenhos da vida, não pode um se transformar no outro?

Engana-se quem pensar que o ‘bem’ já não tenha sido triturado pelas condições que levam as multidões se acotovelarem na fila dos que vão para os céus – o mal sabe tão bem disso!

Engana-se quem pensar que o ‘amor’ já não trocou de face, quando se usar máscaras é confortavelmente mais seguro em tempo onde se possuir ‘cabeça’ se torna alvo dos caçadores de recompensas!

Enfim, neste contexto de brutais mudanças, se já é difícil encontrar água para se saciar a sede, imagine, para transformá-la em vinho, porém, não há condição melhor do que estas, para se nascer o sábio – aquele que habitará e arbitrará tanto às cortes de Dioniso, sem dele se embriagar, como das de Apollo, sem contudo, acreditar a este o dono da razão!

O tempo há de passar com seus rios, assim como a alegria do pescador e a frieza do anzol, mas o peixe da busca, não!








Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A roda grande passando pela pequena

Os xukurú, e a roda grande por dentro da pequena...

Medicina cabocla