A falta de pais, filhos sem cerca

Gilvaldo Quinzeiro


Há mães demais também sendo “pais”. Há pais demais também sendo “mães”. Porém, o papel dos pais, enquanto o introdutor no seio da família do “princípio da realidade”, é cada vez menor. Se isto for verdadeiro, então o “matriarcado” sobrepôs ao “patriarcado”, ou seja, podemos estar vivendo sobre o signo do “principio do prazer” no qual os filhos não estão sendo “educados” no sentido de que o termo educação por si só nos sugere, mas ao contrário, estes estão sendo “erotizados”.

A consequencia disso porém, além de caracterizar como um retorno a um “ciclo”(matriarcado) cujos efeitos a médio e a longo prazo podem ser naturalmente devastadores, tanto quanto imensuráveis.

Podemos notar que a “intolerância”, isto é, a incapacidade de suportar as perdas é um dos traços mais característico da geração atual cuja consequencia vai desde a dificuldade da aprendizagem até a deliquência juvenil materializado, por exemplo, nos crimes hediondos!

Em outras palavras, se a estrutura familiar é o “espelho” no qual se reflete a imagem de toda a sociedade, quando se este se quebra, é a sociedade que fica sem a imagem de si mesma, estando portando à mercê de um mundo sem paradigmas. E quando não se têm paradigmas, é sinal que todos os caminhos, ainda que trilhados pela multidão, não nos levam a lugar algum.

Se tal como a mãe, os pais “passarem as mãos na cabeça dos filhos”, estarão simplesmente fazendo da família, “ninho de cobras”. Diga-se de passagem, cobras sem cabeças, mas de veneno mortal!

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