Sol a pino

Gilvaldo Quinzeiro


Sigo uma caravana de tropeiros, montado no meio de uma cangalha sobre um jumento, numa estrada empoeirada, destas que abundam pelo sertão. São dezenas de homens bravos, alguns de barbas brancas, facão amarrado na cintura, uma taca na mão, a tocar suas cargas de farinha sobre lombos de mulas, cavalos e jumentos, sertão adentro!...

São doze horas e seis minutos. Sol a pino, ramas de matos secos e espinhos nos atingem as canelas. De vez enquanto, alguém grita: “marcha jumento”! Outros, “desencosta”! E assim seguimos deixando pra trás uma nuvem de poeira e pum de mulas encangalhadas e cansadas do peso de suas cargas.

Daqui, onde estamos, no “carrasco da Baixa Grande” até a beira do rio Parnaíba são umas oito léguas de "beiço", como diriam os caboclos! Chegaremos no posto de Novo Nilo por volta do raiar do dia!...

Viro-me pro lado esquerdo do jacá e pego uma cabaça com água e mato a sede!...

Aceita um gole?

Boa tarde!

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