A dor como resposta ao corpo que nos questiona

Gilvaldo Quinzeiro




O corpo no lugar que está, pode não ser o mesmo no qual estamos alhures. Ora, o tempo que hoje se planta é o tempo de ninguém querer padecer, logo por que então está num corpo para o qual o não padecer é de uma ordem na qual só se consegue se do próprio corpo se desvencilhar?

Pois bem, há dois corpos aqui em questão: o que se perde na dor que o danifica, isto é, o corpo propriamente dito e o que se ganha com a Imagem que se corporifica. Este último, portanto, é o lugar onde se engenha a própria dor, inclusive como antecipação aquela que de fato nos esmagaria.

O problema ocorre, no entanto, quando, um corpo está indo, e o outro está voltando como dois estranhos que se encontram no mesmo caminho. Este encontro não poderia ser outro, senão o fantasmagórico. Não seriam estes os casos da menina indiana Twinkle Dwivedi e o da brasileira Débora cujos corpos brotam sangue, conforme as imagens amplamente divulgadas na mídia?

Portanto, eis uma questão que fica para se pensar o corpo ainda que impactado pela dor de não respondê-la!...

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