A arte de não dizer nada sobre a política
Gilvaldo Quinzeiro
Nestes dias em que os anéis são mais permanentes que
os dedos, as faces se desbotam todas as vezes que os fatos exigem “atitudes”.
Na política então, quem continua tendo alma ou quem não possui alma que se
vende?
Ora, se a dor de perder todos os dedos é menor que a de ter todos os anéis sobrando,
então o mais eloquente dos discursos politico só é audível para “as massas que
perderam a cabeça”. Não será este o quadro da política atual?
A política cada vez mais desencanta quem mais dela é
dependente – o povo, e por outro lado, cada vez mais atrai os que nela só são vampiros! Isso pesquisa nenhuma revela.
Aliás, “as pesquisas” só revelam as surpresas de quem nunca foi consultado!
Da Vinci seria o suficientemente engenhoso para “despintar”
o sorriso daqueles que, por conta da sua política, falta sangue, médico e leito
nos hospitais? Ora, olhe que lá também falta a orelha de Van Gogh!
Pois bem, afinal de quem é sangue que corre nas
veias dos nossos políticos? Uma dica: pela palidez do povo de quem é que se suspeita?
Pensando bem, uma das coisas que nos indigna é a
falta de arte. Claro que eu não estou me referindo a “arte” que aqui prospera,
esta, a cidade é o quadro, aquela é o quadro que nos foi roubado!
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