A violência, a política e a metáfora: quando se vão todos os dedos.
Gilvaldo Quinzeiro
A violência é um exemplo mais eloquente da falta de
metáforas. Isto é, toda a situação ambiental é representada por apenas um dos
quatro elementos: o fogo. Ora, o fogo é uma das experiências cruelmente crua –
a sua abstração só vem depois dos “dedos queimados”.
A falta de metáfora na politica significa a eloquencia da carne. Alias o poder numa visão anarquista não
é outra coisa senão a violência encarnada. Em outras palavras é aqui onde “os
anéis valem mais do que os próprios dedos”.
Portanto, sem a metáfora, a política se torna o mais
truculento de todos os jogos, onde “o mais fundo” dos jogadores, o dono da
bola, não é só quem sempre joga no ataque como também aquele que nunca perde uma partida.
No futebol as jogadas são as próprias metáforas.
Mas, há momentos em que a violência também toma conta do jogo.
Na política todo jogo é no ataque, e as regras são
as que evitam a derrota.
Coincidência ou não foram os gregos que inventaram a
política e os jogos; os jogos compreendidos com suas metáforas.
Outra instituição também é grega – o teatro. E nesta
há palco pra tudo. Ora, em suma não é exatamente esta instituição que aqui nos faz falta?
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