O estômago do mundo
Gilvaldo Quinzeiro
O primeiro contato da criança com a realidade é pela
boca. Ou seja, em certo sentido, “a noção do mundo lá fora”, está intimamente ligado
à experiência com aquilo que um dia levamos à boca, lá nos primórdios da infância.
Daí a importância da oralidade, enquanto fase do desenvolvimento psicossexual, como
bem assinalava Freud.
Ora, se assim for verdade, então o mundo de hoje ou
é o resultado do nosso vômito ou do nosso empanzinamento, já que nos tornamos
apenas em bocas. E que bocas!
Assim sendo,
nos tornamos em seres como bem diria o velho caboclo, que não têm “nem lá
dentro e nem lá fora”. Eis a explicação para “os nossos vazios”?
Parece mesmo “canalhice” falar destas coisas, em
tempo que a grande maioria dos homens se
entala com pedaços de outras realidades – aquelas que só são erguidas obcecadamente com aquilo que
para Freud seria a substituição das nossas fezes – o dinheiro. Disso o mundo
inteiro está fedendo e morrendo!
Dito de outra forma, este mundo não passa de uma
merda. Ora, já não é tarde demais para comermos a nossa?
Não precisa nem responder!...
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