As escolhas e as dietas em tempos de pandemia
Por Gilvaldo Quinzeiro
A pandemia do Covid-19, nos coloca diante de difíceis
escolhas. Escolhas estas que nos poderiam ser menos difíceis, menos dolorosas, se
já não tivéssemos escolhidos antes a opção de sermos todos ‘escravos das coisas
fáceis’.
A era digital, a que nós estamos ‘afogados’, onde tudo é
facilmente feito ao toque dos dedos, como se faz na tela de um celular, em que
o mundo todo aparece magicamente na palma da nossa mão, não sem as suas reais
feridas – mas que em nossas mãos se tornam peças de fáceis brinquedos.
Escolhemos, pois, calejarmos nossas mãos com o ilusório.
Talvez este seja o pior de todos os vírus!
E agora? O que
faremos com as mãos no momento em que a realidade já esmaga a cabeça?
Pois bem, neste momento em que a pandemia, que não veio
sozinha, e que nos pega de “calcas curtas”, temos que fazer duas escolhas possíveis,
a saber, entre ser o ovo que será certamente frito ou cozido, nos resta a
escolha menos pessimista em sermos meros ‘pintos pelado’ a se livrar
instintivamente das patas dos cavalos ao mesmo tempo em que este insiste em
ciscar as folhagens à cata de grãos em grãos.
Ora, isso pode nos
parecer pouco, e é, aos olhos gordos dos corujões, mas se olharmos bem à luz de
outros olhos – o que nos faltam neste momento -, veremos que na natureza ‘acumular’
coisas ou se tornar gigante à qualquer custo, pode resultar na dificuldade de
locomoção, bem como em despertar desnecessariamente a atenção dos outros
bichos! Além de quebrar o equilíbrio ambiental.
No dizer dos estoicos, “devemos aprender a viver com o pouco,
e fazer deste pouco o melhor, o bastante e o necessário.
As condições difíceis
deste momento, condições estas que ainda são as iniciais, diga-se de passagem, exigem,
portanto, uma releitura e uma mudança radical de postura diante das coisas.
Portanto, nós
precisamos fazer não só uma dieta alimentar, como também um regime no campo das
imagens, do ilusório e principalmente das nossas vaidades!
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