"E daí"?
Por Gilvaldo Quinzeiro
Se o Brasil ainda no início
da maior crise que o mundo
contemporâneo está enfrentando, a pandemia do Covid-19, que já ultrapassa mais
de 3 milhões de contaminados e mais 200 mil mortos, vacilava entre os que
veementemente negavam o perigo do vírus, que foi batizada de “gripezinha” pelo
Presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o que de certa forma levou os seus seguidores
a boicotarem as normas adotadas pelos governadores dos Estados, no esforço destes em amenizarem o efeito da pandemia, hoje com 5. O17 mortos, ultrapassando a China,
o Brasil agora se ver diante dos piores cenários, que é o de saber onde e como
enterrar seus mortos, pois, já não há cemitérios ou serviços funerários para
atender o número de mortos, a exemplo do que vem ocorrendo em Manaus e em São
Paulo. Ou seja, enquanto as autoridades
batiam cabeça uma com as outras; o Presidente da República incentivando
manifestações que pregam o retorno imediata ao trabalho ou demitindo o próprio
Ministro da Saúde, o Luiz Henrique Mandetta, não só se perdeu um tempo precioso,
como se negligenciou a dimensão da crise.
Em outras palavras, o Brasil caminha para o pior! Cenas como
as que foram vistas no Equador, onde corpos se amontoavam sobre as calçadas,
infelizmente, pelo andar da carruagem, também farão parte do Brasil.
Enquanto isso, mesmo no “olho do furacão”, o Presidente Jair
Bolsonaro faz vistas grossas à tudo isso, como se nada disso ocorresse na sua
gestão. E como se não bastasse o seu único gesto o mesmo que tem se repetido, é
culpar os outros, neste caso recente, os governadores!
Cara pálida, a crise está acontecendo sim no seu governo!
“E daí”? É que quando
se subestima uma crise como esta que é global, isto é que não tem fronteira,
classe social, religião, ideologia ou bandeira, o resultado não poderia ser
outro -, tem-se, portanto, uma crise que vai da falta de leitos nos hospitais à
falta de espaços nos cemitérios.
“E daí”? É que entre estes mais de 5 mil mortos, estão
também quem votou ou iria votar. Ou seja, somando aqueles eleitores que já se decepcionaram
com a política do atual presidente, com os que morreram nesta crise, diminuíram
e muito o número de bolsonaristas!
“E daí”? Isso é o que se chama
verdadeiramente “tática de terra arrasada!”
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