Os ovos coros do século XXI: uma leitura urgente!



Por Gilvaldo Quinzeiro




Estamos na segunda metade do século XXI. O século que foi anunciado como  aquele que  traria “o novo”. De fato, é inegável  a presença do “novo”, sobretudo, no que se refere as tecnologias e outras ferramentas que tais. Todavia, por outro lado,  “o velho” nunca se tornou tão grávido, e o mundo a ser parido não é tão diferente daquele em  que se opuseram os  persas e gregos ou  os romanos e   os cartagineses. Isto é, o  homem por seus interesses de domínio se petrificou – e o que vemos neste novo século são as eclosões  dos  “ovos coros”!

Pois  bem, na Europa, berço da civilização ocidental,  vejo surgir antigas soluções como respostas as atuais crises, a saber, o recrudescimentos de grupos extremistas e até  fascistas. O resultado das eleições para o Parlamento Europeu é a fotografia de um contexto geopolítico cujo mapa é redesenhado com o mesmo pragmatismo dos antigos romanos. No leste europeu, as  suas  fronteiras ( Ucrânia europeizada  X  a Rússia absolutizada na figura de Putin)    são reeditadas com o saudosismo dos inflamados tempos da  “guerra fria”(?).  No Oriente Médio  toda a “terra santa” reivindica a volta dos seus demônios que, para alguns, também são  santos  na luta pela aquela terra – promessa de paraíso para uns – e para outros, seus infernos!  No frigir dos ovos, as velhas religiões fazem nascer seus novos Messias ou suas novas teocracias. Veja, por exemplo, o caso do  Estado Islâmico e a implantação do seu califado. Mas veja, sobretudo,  o extermínio de povos não dispostos a acatarem as decisões dos seus jihadistas! Tudo isso é tão velho que de novo mesmo é  só a nossa face pálida  de medo!

Para nós brasileiros, onde a corrupção é uma velha escancarada, o novo é  a falta d’água que está  provocando um  conflito entre o Estado de São Paulo e o do Rio de Janeiro,  pelas águas do rio Paraíba do Sul. A mesma falta d’água que no Estado da Paraíba, bem como em  outros estados nordestinos já é tão velha . Tão velha quanto  a real necessidade de beber!  Mas por aqui em ano de campanha eleitoral  abundam todos os discursos  - porém nenhum será capaz de trazer de volta aquilo que nos faz rico em desperdício! Pobre  de nós, velhos eleitores a votar naqueles que se tornarão os novos ricos!

Portanto, nesta breve leitura do mundo que nos cerca, finalizo deixando  uma reflexão que  merece por nós ser feita. A saber, a quem serve “o novo” se as mãos que o controlam nunca deixaram de ser tão velha?  Que gestos serão por nós considerados verdadeiramente “novos”?  Afinal que mundo é este que não é tão novo assim?

  





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