A palha de tanger galinha
Por Gilvaldo Quinzeiro
Pois é meu compadre! A palha de tanger galinha. Este tempo
ficou para trás. Hoje com tantas portas atravancadas, a da frente da casa se
planta nua para à rua!
O vaqueiro com seu gado geneticamente alterado, pela força
da pressão do mercado, daqui a pouco caga dinheiro -, marcha com a bunda colada
sobre o tanque quente de uma moto por estradas de pó avermelhado pela chuva de
tantos fertilizantes agrícolas!
Ah meu “compadre de fogueira”! nas noites juninas não mais
se tocam baião – só forró eletrônico em bandas caras de dançarinas quase nuas! Tudo
em forma de “pacote” só para as Prefeituras desviarem dinheiro!
“Compadre de fogueira”?
Sim, houve tempo em que se “passava fogo” para, a partir
daquele dia os vizinhos todos serem chamados pelo outro, de compadre ou comadre!
Isso entre os mais velhos, pois entre os moços, era “noivinhos”; queridinhos” e outros que tais. Também se “passava
fogo” de primo; irmãozinho; “meu chapéu”; “minha rosa”. Nossa! Que coisa linda!
Nada se fazia por dinheiro. Tudo com muita graça e boa
vontade! Tempo de se sentar na porta da rua com muito respeito para tomar café
com prosa!
Pois é... a palha de tanger galinha! Se ao menos ainda tivéssemos
quintais...Hoje multiplicaram-se as raposas e são estas que como bem querem,
cuidam do galinheiro!
Viva São Pedro!
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