O mundo sem maquiagem. O drama dos milhões de refugiados
Por Gilvaldo Quinzeiro
Sem água, sem pote e sem rudia. O mundo enfrenta a pior de
todas as ‘secas’ – o ódio. E por isso mesmo se torna perigosamente pequeno!
Milhões de pessoas entre crianças, jovens e adultos estão em marcha, porém, sem
ter para onde ir.
Segundo relatório
divulgado neste mês de junho pelo Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para os
Refugiados (Acnur), o ano passado, 60 milhões de pessoas foram obrigadas a
fugir de seus países, seja pelas guerras, perseguições religiosas, seja por
perseguição política. Para muitos só há dois caminhos, ambos, traiçoeiros
diga-se de passagem, a saber, os desertos escaldantes ou a fúria dos mares
revoltos.
Uma fuga em
massa diante de um mundo cada vez menos amistoso. País como a Hungria, por
exemplo, está disposta a erguer um muro de quatro metros de altura, a fim de
impedir a passagem para seu território de imigrantes. Muito desses imigrantes
vindos da Síria, palco de uma sangrenta guerra civil
A xenofobia
e a falta de interesses dos líderes mundiais em resolverem o problema, só agrava a situação dos milhões
de refugiados. Isso sem falar em episódios locais, como o que ocorre no
interior de uma igreja na Carolina do
Sul, nos Estados Unidos, no dia 19 de junho, onde 9
pessoas de origem negra foram brutalmente assassinadas por um jovem branco.
O Brasil,
antes considerado um país onde reinava a “democracia racial’, também dá sinais
de que a convivência entre diferentes povos e culturas, ficará cada vez mais
difícil. Vários são os episódios de manifestação da intolerância racial.
A entrada
dos imigrantes haitianos, que já chega em torno de 7 mil, bem como de sírios e
outros, colocarão à prova se o Brasil é mesmo um país acolhedor.
As primeiras
décadas do século XXI, portanto, têm sido marcadas pelo reaparecimento de “velhas
cicatrizes” na face humana; cicatrizes estas ocultas momentaneamente por
pesadas maquiagens. A questão agora é saber se a humanidade terá aprendido ou não
com tanto sangue derramado ao longo da história?
Comentários
Postar um comentário